O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça, 15, sobre o envolvimento do ex-assessor Fabrício Queiroz no caso das rachadinhas. Segundo ele, os cheques que somam cerca de R$ 89 mil recebidos pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, eram direcionados para ele próprio e ocorreram ao longo de dez anos.
"Aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela. Divide aí. R$ 89 mil por dez anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus", disse. Bolsonaro citou ainda que Queiroz era de confiança e pagava contas para ele, mas que não conversou com ele desde que o processo de investigação começou.
"Ele (Queiroz) está sendo injustiçado também porque tem que ser investigado e dar a devida pena se for culpado e não prender esposa. Quebraram o sigilo de mais de 90 pessoas. Não tem cabimento isso. Parece que o maior bandido da Terra é o senhor Flávio Bolsonaro", disse. "Se tem a sua culpa, se apura e se pune, mas não dessa forma tentando me atingir politicamente em todo momento", acrescentou.
O presidente disse ainda que a investigação envolvendo o seu filho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), não é feita de forma "justa". Em entrevista por telefone no programa Brasil Urgente, Bolsonaro destacou que a "pressão" contra seu filho mais velho ocorre para atingi-lo politicamente.
"O que eu sempre torci é que fosse feito um processo justo, mas isso não está sendo feito. O Ministério Público do Rio de Janeiro vaza tudo para a Globo", acusou Bolsonaro. Flávio é investigado pelo esquema de "rachadinha" em seu gabinete quando ainda era deputado estadual. Na semana passada, a revista Época revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) encaminhou orientações por escrito a advogados do senador. As informações foram confirmadas pelo Estadão.
"A pressão em cima do meu filho é para me atingir. Não é só em cima do meu filho, é em cima de esposa, é de ex-mulher, outros filhos, parentes meus, amigos que estão do meu lado", comentou o presidente.
Nesta quarta, 16, se encerra o prazo de 24 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal para que o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, e o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, explicassem o envolvimento no caso. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também disse hoje que pediu informações à Abin e ao GSI sobre o assunto.
"Essa questão da Abin, eu tive com o general Heleno e perguntei se alguma coisa foi feita e ele falou não", disse Bolsonaro.