O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu a pauta de julgamento da Corte para o primeiro semestre de 2021. O magistrado evitou temas polêmicos, como a ação que pede a legalização do uso de todas as drogas e a legalidade do juiz de garantias. No entanto, em 24 de fevereiro, os ministros devem se reunir para avaliar como deve ser o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito sobre suposta interferência na Polícia Federal.
O Supremo vai decidir se o chefe do Executivo pode depor por escrito ou se precisa comparecer pessoalmente para ser ouvido pelos investigadores.
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Em 3 de fevereiro, a Corte julga o direito ao esquecimento. Nesse caso, a decisão é se cidadãos podem ter seus nomes esquecidos por veículos de comunicação e apagados da internet quando estão ligados a fatos que já foram julgados pela Justiça e tiveram as penas cumpridas.
Ou ainda se vítimas de crimes podem ter suas identidades desvinculadas dos fatos.
Em 2013 chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) dois processos contra a “Rede Globo de Comunicações". Em um dos processos a família de Aida Curi, estuprada e morta em 1958 por um grupo de jovens alegava que ao relembrar o caso recentemente, a “TV Globo” trazia de volta angústia e revolta diante do crime.
O outro processo é de um dos acusados de participar da Chacina da Candelária, ocorrida no Rio de Janeiro em 1993. O autor do processo alegava que colocar seu nome em uma reportagem sobre o caso como um dos acusados na época do crime configurava dano moral, tendo em vista que ele já havia sido inocentado das acusações em processo transitado em julgado.
A discussão começou na Europa, quando um cidadão ingressou com ação no Tribunal Europeu pedindo que seu nome fosse excluído de um anúncio de leilão de imóveis no Google.
O processo de venda relacionava pessoas que perderam os imóveis por dever impostos ao governo. O cidadão alega que a dívida foi quitada após o leilão, mas seu nome figura eternamente como devedor nas páginas da rede mundial de computadores.
Cerveja em estádios na pauta
Em 10 de fevereiro, o STF debate a venda de bebidas alcoólicas em estádios e rodovias; em abril, tipicidade penal da conduta de exploração de jogos de azar; ainda em 7 de abril, julga ação sobre redução do ICMS no Espírito Santo; e em junho, avança nos temas da reforma trabalhista.
Também estão previstas ações relacionadas a pandemia de coronavírus e regulamentação do direito de resposta. Também deve ser debatida a comercialização de testes psicológicos por psicólogos e se o Estado deve garantir o direito a creche e pré-escola para crianças de 0 a 6 anos.