Por trás do rosto da pediatra e epidemiologista Sônia Lansky há outras nove figuras que formam a Coletiva, mandato conjunto presente na Câmara Municipal de Belo Horizonte a partir de 2021.
Eleito pelo PT com 4.793 votos, o time tem pessoas de diversas áreas de atuação. São oito mulheres e dois homens – negras e negros, em sua maioria – engajados em questões como a defesa da população LGBTQIA+, a luta contra a discriminação racial, a instituição de renda básica municipal.
Outra pauta, a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), é a "raiz" das bandeiras. “A representação dessa pauta na Câmara é muito frágil. Colocamos o nome Coletiva para contemplar isso.
O mandato, a saúde e a saída são coletivos”, explica Sônia, ao Estado de Minas.
Eleito pelo PT com 4.793 votos, o time tem pessoas de diversas áreas de atuação. São oito mulheres e dois homens – negras e negros, em sua maioria – engajados em questões como a defesa da população LGBTQIA+, a luta contra a discriminação racial, a instituição de renda básica municipal.
Outra pauta, a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), é a "raiz" das bandeiras. “A representação dessa pauta na Câmara é muito frágil. Colocamos o nome Coletiva para contemplar isso.
O mandato, a saúde e a saída são coletivos”, explica Sônia, ao Estado de Minas.
Por conta da legislação eleitoral, foi preciso escolher apenas um para ser o representante oficial. Assim, a médica adotou “Sônia Lansky da Coletiva” como nome político.
Os covereadores de Sônia são André Xavier, Dehonara Silveira, Juliana do Carmo, Lara Sousa, Lígia de Laurentiis, Rúbia Ferreira Pinto, Rubinho Giaquinto, Sorângela Maria de Souza e Stella Gontijo.
Oficialmente, eles serão nomeados assessores do gabinete, mas terão protagonismo e voz na tomada de decisões.
Os covereadores de Sônia são André Xavier, Dehonara Silveira, Juliana do Carmo, Lara Sousa, Lígia de Laurentiis, Rúbia Ferreira Pinto, Rubinho Giaquinto, Sorângela Maria de Souza e Stella Gontijo.
Oficialmente, eles serão nomeados assessores do gabinete, mas terão protagonismo e voz na tomada de decisões.
O grupo sustenta um modelo de atuação conjunto. Educação, segurança, respeito à diversidade e garantia de oportunidades: no fim das contas, creem, tudo tem relação com a saúde.
“A forma como as pessoas vivem, se alimentam e o nível de educação estão interligados à promoção de vida digna e saúde plena”, diz Sônia.
A ideia é fazer “oposição crítica e propositiva” ao prefeito Alexandre Kalil (PSD), tendo o diálogo como princípio basilar.
“A forma como as pessoas vivem, se alimentam e o nível de educação estão interligados à promoção de vida digna e saúde plena”, diz Sônia.
A ideia é fazer “oposição crítica e propositiva” ao prefeito Alexandre Kalil (PSD), tendo o diálogo como princípio basilar.
Como vai funcionar a estrutura do mandato coletivo?
Somos 10 covereadores. Estou na representação do mandato. Pelas regras eleitorais, não tinha como fugir disso. Há, no Supremo Tribunal Federal (STF), a tramitação de uma proposta que contempla candidaturas coletivas. Não é uma novidade no Brasil. Já aconteceu em outras eleições. Neste ano, foram mais de 260 – no PT, mais de 40. Houve um crescimento exponencial desse tipo de proposta. Internacionalmente, já existiam iniciativas semelhantes. No nosso caso, a representação predominante é de mulheres, pois temos pautas alinhadas ao movimento feminista, de esquerda, antifascista, antirracista e de respeito à diversidade. Também há a pauta da luta antimanicomial, além da discriminação que as pessoas com deficiência sofrem. São oito mulheres e dois homens. A maioria é não branca, em alinhamento contra a discriminação racial, em representação mais próxima ao que é a composição da população. Há diversidade, também, geracional, com inclusão da juventude, a participação de pessoas de movimentos da periferia e diversidade de temáticas de luta. Predomina, na construção, a pauta da saúde pública. As propostas iniciais vêm de um grupo de sanitaristas, trabalhadores do SUS em BH, que se juntaram para propor um mandato legislativo, pois a representação dessa pauta na Câmara é muito frágil. Colocamos o nome Coletiva para contemplar isso. O mandato, a saúde e a saída são coletivos.
A senhora falou em defesa do SUS. Como a Coletiva pensa em encampar a bandeira da saúde pública na Câmara?
Temos falado da cidade do bem viver e do SUS. Dentro da cidade do bem viver, trabalhamos com a ideia de renda básica para propiciar condições de vida, moradia, acesso à água, alimentação, saneamento, emprego, educação pública, saúde e cultura. Isso tudo tem a ver com saúde. A forma como as pessoas vivem, se alimentam e o nível de educação estão conectados à promoção de vida digna e saúde plena. Saúde não é só ausência de doença. É a possibilidade de vida feliz para todo mundo, sem discriminação, desigualdade e violência.
Já pensam em algum projeto ligado ao SUS?
Ampliar a cobertura da saúde da família. A atenção primária, hoje, tem cobertura de 83%. A proposta é que ela avance para penetrar em toda a cidade e esteja na vida das pessoas, para que conheçam mais a capacidade do SUS quando bem financiado e bem desenvolvido. A ideia é levar a cobertura a 100% da população. O SUS sofre uma grande campanha difamatória, como todo serviço público no país. Belo Horizonte tem grande história com o SUS. A força dele está em todas as regiões da cidade, mas ainda de maneira insuficiente.
Como pretendem se portar ante o governo Kalil?
O PT tem um projeto político para a sociedade, no Brasil e em Belo Horizonte. Ele é de inclusão e igualdade social, proteção à vida, às pessoas, inserção, inclusão, fortalecimento das políticas públicas e atendimento aos direitos humanos básicos. É um projeto de uma cidade mais feliz para todos. Temos projetos próprios. O que fizer bem à cidade e se alinhar a esses projetos, apoiaremos. (A posição é de) oposição crítica e propositiva. Temos independência, um projeto, e estaremos alinhados ao que for benéfico à população. Oposição que dialoga. Que tem uma proposta de construção de interesses públicos.
Os covereadores serão nomeados assessores?
Não há outra maneira. Os assessores e a chefia (da equipe) estarão dentro da composição do gabinete com os covereadores e os outros assessores que serão necessários. Os covereadores estarão juntos, inclusive, com proposta de horizontalidade e a maior equivalência salarial possível dentro das previsões legais. A coletividade significa diálogo permanente para alcançar propostas, sempre como resultado de uma decisão coletiva e consensual.