Na quarta tentativa, Wilson Melo Júnior, o Wilsinho da Tabu, conseguiu chegar à Câmara Municipal de Belo Horizonte. Filiado ao PP, o vereador eleito quer se aliar a colegas para gerar postos de trabalho e renda. “Várias cabeças pensantes têm condições de se reunir e elaborar uma política importante para a criação de empregos”, projeta ele, que recebeu 3.734 votos, em entrevista ao Estado de Minas. O “Tabu”, apelido que o acompanha na trajetória política, vem da sapataria homônima, gerida por sua família.
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Ramagem levou para Abin seguranças que atuaram na campanha de BolsonaroLava Jato Rio denuncia advogado de delatores por 'taxa de proteção' a doleirosPromotoria denuncia Aécio e mais 15 por peculato, corrupção e lavagem de dinheiroPrefeito eleito em Campestre tem candidatura indeferida pelo TSEPartido afasta deputado que apalpou seio de colega na AlespEmbora seja favorável aos debates travados no plenário, o novo parlamentar prega respeito. “Teremos, lá, vereadores com ideologias de direita e de esquerda, mas penso que temos de unir forças para pensar em Belo Horizonte e na população. Que as discussões sejam bastante saudáveis – e elas são importantes – mas sem acusações”, pede. Amigo do deputado estadual Cleitinho Azevedo (Cidadania), famoso por vídeos “virais” na web, pretende adotar postura parecida. O PP fez quatro vereadores e vai integrar a base aliada ao prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Qual será a prioridade de seu mandato?
Qual será a prioridade de seu mandato?
A bandeira que julgo prioritária para BH é a criação de empregos. (Pretendo) me juntar a outros parlamentares e tentar criar políticas voltadas ao emprego. É a situação mais preocupante a partir de 2021.
O senhor já pensou em ideias concretas para estimular a geração de empregos?
Não tem nada concreto. É uma situação bem complicada de se criar. Várias cabeças pensantes têm condições de se reunir e elaborar uma política importante para a criação de empregos. Ainda não sei por onde começar, mas é de extrema necessidade gerar emprego e renda.
Como é sua trajetória política? Onde o senhor milita?
Em 2008, foi minha primeira candidatura – à época, pelo PRP. Em 2012, também fui candidato a vereador, assim como em 2016. Dois anos atrás, fui candidato a deputado estadual. Temos atividade na área social, com projetos que estão em andamento há muito tempo, como o futebol para jovens e adolescentes. Aproximadamente, mil deles jogam os campeonatos Tabu de futebol. É o maior projeto independente de inclusão esportiva e social de BH. Não temos participação da prefeitura e de nenhum outro órgão. Tiramos crianças, jovens e adolescentes do mundo das drogas e da ociosidade. Fazemos os campeonatos há seis anos. Temos, também, aulas de muay thai gratuitas (na região do Sagrada Família).
O que o senhor pretende levar de diferente à Câmara?
Pretendo trabalhar muito. Desta vez, foram eleitos candidatos com algum histórico. Tivemos diversas conquistas para a Região Leste. Uma das principais ruas do Sagrada Família ficou interditada por três anos. Levei o então candidato Alexandre Kalil e fui com ele de casa em casa nessa rua. Fiz com que ele prometesse que seria uma de suas primeiras ações. E conseguimos a obra. Também conseguimos uma Umei no Sagrada Família. Em um prédio havia a Escola Estadual Sarah Kubitschek, mas a educação infantil deixou de ser obrigação do estado, passando a ser do muni- cípio. O município se fingiu de morto e a comunidade ficou sem saber o que fazer. O prédio virou depósito de materiais do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Conseguimos tirar esse pessoal de lá e descobrimos um decreto que dizia que o prédio só poderia funcionar tendo a educação como fina- lidade. A vida deles é legítima, mas acho que dentro de uma escola estava errado. Lutamos, no Orçamento Participativo, para conquistar o Centro de Saúde do Sagrada Família.
Como o senhor avalia a atual legislatura? O que pode melhorar para 2021?
Os embates ficaram voltados à pola- rização. Foi pouco produtivo para a cidade. Teremos, lá, vereadores com ideologias de direita e de esquerda, mas penso que temos de unir forças para pensar em Belo Horizonte e na população. Que as discussões sejam bastante saudáveis — e elas são importantes —, mas sem acusações e aquela pessoalidade. Estamos lá para defender a população e uma cidade melhor.
O senhor é próximo do deputado estadual Cleitinho, famoso por vídeos mostrando problemas enfrentados pelos mineiros. Como surgiu essa relação? Pretende copiar os métodos de atuação dele?
Minha amizade com o Cleitinho vem durante a última campanha. Tenho trabalho parecido com o dele. Vou, mostro o problema e, depois, trabalho por soluções. Temos tido muito sucesso na solução dos problemas. Gosto muito do Cleitinho – ele sempre aponta defeitos, mas creio que também corre atrás das soluções. Eu já utilizo bastante os vídeos. Agora, por exemplo, temos a questão da Escola Estadual Amélia de Castro — estamos na iminência de o estado encerrar as atividades dela. Quando fiquei sabendo, me indignei, fui à porta da escola e fiz um vídeo criticando o fechamento. Temos feito alguns vídeos e manifestações, mas lutamos para que alguma solução venha através daquilo. Não simplesmente para criticar.