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Estado de Minas POLÍTICA

Antônio Furlan é eleito prefeito de Macapá com 55,7% dos votos

O eleito derrotou Josiel Alcolumbre (DEM), irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)


20/12/2020 18:41 - atualizado 20/12/2020 22:45

O pleito foi adiado após o estado enfrentar uma grave crise no abastecimento de energia (foto: Assembleia Legislativa de Macapá/Divulgação )
O pleito foi adiado após o estado enfrentar uma grave crise no abastecimento de energia (foto: Assembleia Legislativa de Macapá/Divulgação )
O médico e deputado estadual Antônio Furlan (Cidadania) foi eleito prefeito de Macapá (AP) neste domingo, 20, com 55,7% dos votos, dentro de 99,4% das urnas apuradas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pleito para a prefeitura da cidade foi adiado após o Estado do Amapá enfrentar uma grave crise no abastecimento de energia por cerca de três semanas.

O eleito derrotou Josiel Alcolumbre (DEM), irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Josiel ganhou o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, que sofreu importante derrota nas eleições municipais deste ano.

Como mostraram o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o jornal o Estado de S. Paulo, dos 16 candidatos a prefeito que tiveram o apoio de Bolsonaro, 12 perderam as disputas. Agora, Josiel se soma à lista.

O envolvimento do presidente do Senado e a crise energética projetaram nacionalmente a disputa em Macapá. Josiel liderou as intenções de voto ao longo de toda a campanha mas perdeu tração com o apagão no Estado. Foram quatro dias de apagão e um racionamento por cerca de 20 dias até que a situação do abastecimento se normalizasse.

O irmão de Davi Alcolumbre chegou a alcançar 31% dos votos válidos em uma pesquisa do Ibope divulgada no fim de outubro. Sua pontuação caiu para 26% em novembro, no auge do apagão.

Os adversários responsabilizaram o governo federal pela pane, e associam o senador e seu irmão a Bolsonaro. Em vídeo que circulou neste sábado, 19, Bolsonaro pediu voto para Josiel e afirmou que o candidato do DEM seria um prefeito "perfeitamente afinado com o presidente da República".

"Eu peço a você que está indeciso, que leve em conta primeiro quem está do outro lado, qual é o senador que está apoiando a outra chapa, que sempre atrapalhou a gente", afirmou Bolsonaro, em referência a Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apoiou Dr. Furlan. "Neste momento, eu peço a você, do fundo do coração: vote em Josiel para prefeito de Macapá. Um prefeito perfeitamente afinado com o presidente da República", emendou.

O resultado mostra uma inversão do primeiro turno. Na ocasião, Josiel tinha obtido 59.511 (29,47%) votos válidos contra 32.369 (16,03%) de seu opositor.

O candidato do Cidadania recebeu o apoio de Podemos e PRTB e o "voto crítico" de PSB e Rede para enfrentar a ampla coligação de Josiel. Já o irmão de Davi Alcolumbre recebeu apoios tanto do atual prefeito, Clécio Luis, quanto do governador Waldez Góes (PDT).

O atual prefeito, que termina seu segundo mandato, teve um desentendimento com seu próprio partido após declarar sua torcida a Josiel. Clécio pediu a desfiliação da Rede Sustentabilidade em agosto após sofrer críticas internas de correligionários que desaprovaram sua decisão, e atualmente está sem partido.

Como já mostrou o Broadcast Político, nos bastidores, a versão corrente é que a prefeitura de Macapá era peça importante para as próximas jogadas do xadrez político dos Alcolumbre. Se o irmão pudesse ficar à frente do executivo municipal, o presidente do Senado teria mais força para concorrer à reeleição na Casa - o que agora está barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, ou tentar o governo do Estado, após uma tentativa frustrada em 2018.

Com a negativa do STF, Alcolumbre tenta emplacar um candidato seu na presidência do Senado. Como mostrou o Broadcast Político, o parlamentar busca atrair apoio para a candidatura do líder do DEM, Rodrigo Pacheco (MG), mas o nome é questionado dentro das maiores bancadas. A disputa está marcada para fevereiro.

Na semana passada, Alcolumbre esteve com Bolsonaro no Palácio do Planalto e sinalizou que caminharia para definir um candidato fora do MDB. O senador conseguiu aceno de Bolsonaro para apoiar o "ungido" e fazer seu próprio sucessor. No entanto, a escolha alinhada com o governo antes de consultar líderes partidários causou incômodo.


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