Com o início da vacinação contra a COVID-19 em vários países, inclusive na América Latina, e sem ainda haver uma data para que a imunização comece no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou há pouco que não se sente incomodado pelo fato de as campanhas internacionais já terem sido anunciadas sem que haja prazos locais.
"Ninguém me pressiona para nada", garantiu, enquanto circulou por cerca de duas horas em Brasília, sem usar máscara, ao final da manhã de hoje.
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Bolsonaro vai a lotérica e padaria em Brasília, novamente sem máscaraResultado da pandemia é pior do que o esperado por 56,6% dos brasileirosMortes por COVID-19 no Brasil podem superar 220 mil, aponta levantamentoBolsonaro volta a criticar imprensa após a repercussão negativa em sua falaBolsonaro: ''Vacina será oferecida de forma gratuita e não obrigatória''Viúva de Bebianno diz em depoimento que destruiu celular do ex-ministroO presidente voltou a salientar que os laboratórios não querem se responsabilizar por reações adversas que possam vir a ocorrer com as vacinas. "Não pode aplicar qualquer coisa no povo", afirmou.
"Eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral (da vacina)", criticou, acrescentando que a falta de respaldo, pelo que soube, é válida para todas as empresas que estão comercializando o imunizante.
As avaliações sobre a vacinação ocorreram enquanto o chefe do Executivo esteve em vários estabelecimentos comerciais de Brasília por cerca de duas horas, sempre acompanhado por seguranças e novamente sem usar uma máscara de proteção contra o coronavírus.
Após ir a uma lotérica e a uma padaria, também esteve em um clube militar, em uma papelaria e em uma oficina de motocicletas. O presidente permaneceu no Distrito Federal neste final de semana, mudando os planos iniciais de ir até o Guarujá - litoral do Estado de São Paulo. A previsão agora é que se locomova apenas na segunda-feira para a cidade à beira-mar.
Jogo de forças
Bolsonaro vem tentando minimizar a urgência de imunizar a população e sempre se mostrou arredio ao uso da vacina Coronavc, que tem origem na China e que está sendo negociada pelo governo do Estado de São Paulo para ser produzida no Instituto Butantan.
Há um claro jogo de forças entre o presidente e o governador João Doria em torno do imunizante. Mas o governo voltou a considerar o uso da vacina que será produzida junto com o país asiático no último dia 16, quando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estimou que a imunização contra a covid-19 no País começaria em "meados de fevereiro".
Quatro dias antes, o Palácio do Planalto entregou o plano de vacinação do governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo sem previsão de datas. Na ocasião, o governo estimou que seriam necessárias 108,3 milhões de doses para imunizar todos os grupos prioritários em quatro fases, considerando a aplicação de duas doses.