Jornal Estado de Minas

Legislativo

Duas candidatas disputam o comando da Câmara Municipal de BH

Ao tomar posse para quatro anos de mandato em 1º de janeiro, os vereadores eleitos e reeleitos vão passar por uma nova votação na disputa pelo comando do Legislativo municipal.

Em Belo Horizonte, a presidente do Parlamento, Nely Aquino (Podemos), tentará a reeleição ao cargo para o próximo biênio.



Por ora, ela tem a concorrência de Duda Salabert (PDT), apoiada por vereadoras à esquerda. Enquanto isso, Nely tem a adesão de parlamentares da base aliada a Kalil e, ainda, de colegas independentes.

No início de dezembro, a vereadora publicou vídeo em que diversos colegas tornam público o apoio à sua reeleição.

As chapas podem ser inscritas até momentos antes da eleição. Por isso, até lá, novos nomes podem despontar. De acordo com o Regimento Interno da Câmara de BH, os vereadores poderão inscrever-se para mais de um cargo em grupos distintos.

A Mesa Diretora é composta por seis cargos: presidente, 1º e 2º vice-presidentes, secretário-geral e 1º e 2º secretários. Para o início do processo de eleição é necessária a presença de, pelo menos, 21 parlamentares e, para comprovar o quórum, o secretário da reunião realizará a chamada.





O processo de votação será nominal, e cada vereador será chamado pelo secretário, em ordem alfabética, para manifestar seu voto. Será eleita a chapa que obtiver o voto favorável da maioria simples dos pares.

Caso nenhuma das chapas conquiste o apoio mínimo, a eleição passará a ser feita por cargo. Nessa votação, será eleito o candidato com o maior número de votos, desde que esteja presente a maioria dos membros da Câmara.

Se houver novo empate, será considerado eleito o candidato mais velho. Mas se, ao fim desse processo, ainda restarem cargos não preenchidos, serão reabertas a discussão e a inscrição de chapas.



Caso não seja obtido o voto válido de, no mínimo, 21 vereadores, em quaisquer das votações, ficarão prejudicados o processo eleitoral e a continuidade da reunião, com a transferência da eleição para reunião posterior.

No último dia 14, o PSD – dono da maior bancada em BH, com seis vereadores – lançou Irlan Melo na corrida à presidência da Câmara. Menos de 24 horas depois, a decisão perdeu efeito.

Irlan voltou atrás e abriu mão da candidatura para apoiar Nely, cujo nome ele já havia endossado no início do mês. “A política é um grande aprendizado e reconheço que errei em ter voltado atrás na minha primeira palavra. Agradeço a Deus que ainda tenho a oportunidade de rever essa decisão”, afirmou.





Estratégias 


Em entrevista ao Estado de Minas, Nely depositou fichas no trabalho feito à frente da Casa nos últimos dois anos para pleitear a recondução.

“A reeleição foi decidida após diversas conversas com colegas parlamentares, que manifestaram o desejo de dar continuidade comigo à frente da Mesa Diretora. Desejo deles, o que me mantém serena e firme nessa decisão e me motiva a seguir executando um trabalho merecedor desse reconhecimento”, explicou.

Ao confirmar a candidatura, no início do mês, Duda Salabert falou em dialogar com parlamentares ao centro para engrossar o cordão em torno de seu nome. Mais recentemente, na série de sabatinas promovidas pelo EM com os eleitos, classificou a tentativa de presidir a Câmara como “desejo de alargar a democracia” no Legislativo.





“Nos últimos anos, ocorreram episódios que rebaixaram o conteúdo democrático da Câmara, como por exemplo, a votação e o debate do projeto Escola Sem Partido, um projeto inconstitucional, como também o esvaziamento e fechamento das galerias, algo grave para a democracia. Minha candidatura traz essa necessidade e o desejo de alargar o processo democrático naquele espaço e meu próprio corpo já é uma forma de alargar esse espaço, alargar a democracia, já que ele carrega uma identidade que foi historicamente negada naquele espaço. Minha candidatura tem algo a mais também para colocar no centro da política de Belo Horizonte uma professora e ambientalista”, sustentou.


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