Historicamente, os profissionais da medicina tiveram grande peso na politica. Basta dizer que o presidente Juscelino Kubistcheck começou a carreira como médico, em Diamantina. Nos pequenos municípios, ter o 'doutor' no nome, por décadas, foi um fator de peso para alcançar a vitória nas urnas, sobretudo, em regiões de baixa renda, como no Norte de Minas. Era assim.
A influência dos médicos nas pequenas cidades não é mais a mesma. Prova disso é que no município norte-mineiro de Montezuma (8,1 mil habitantes), o médico Fabiano Costa (MDB) tentou a reeleição para o cargo de prefeito e foi derrotado pelo comerciante Ivan Vieira (Republicanos).
Em Itacambira, de 5,1 mil habitantes, outro município do Norte do estado, o médico Jarbas Neves Bicalho (PDT) concorreu à prefeitura e ficou em terceiro lugar no pleito, vencido pelo historiador Geraldo Moisés de Souza, o Moisés de Vicentão (PSB). “Houve uma mudança de mentalidade das pessoas. Hoje, os eleitores respeitam o médico como profissional, mas consideram que ele não tem muita capacidade para a gestão pública”, opina Moisés, acrescentando que rompeu o domínio de 32 anos de uma mesma família na prefeitura de Itacambira.
Ainda no Norte de Minas, o prefeito de Januária (67,8 mil habitantes), Marcelo Félix (Republicanos), tentou e não conseguiu a reeleição. O prefeito eleito em 2020 na cidade foi o administrador Maurício Almeida (PP). Em Janaúba (71,6 mil habitantes), na mesma região, o médico Handerson Miranda (PSL) foi candidato a prefeito e ficou em terceiro lugar no pleito, que teve como vencedor o produtor rural José Aparecido Mendes (PSD).
Em três dos 86 municípios do Norte de Minas, os vencedores da eleição para prefeito em 2020 são médicos: Norberto Marcelo Oliveira (DEM), em Claro dos Poções (7,5 mil habitantes); Nivea Maria Oliveira (PP), em Itacarambi (18,4 mil habitantes) e Marcus Vinicius Ferreira Carvalho (PSL), em Brasília de Minas (32,4 mil habitantes). Norberto e Nívea foram reeleitos para o segundo mandato.