Famoso por oferecer fartas confraternizações regadas a comida mineira e pelo bom trânsito junto aos colegas, o parlamentar federal mineiro Fábio Ramalho (MDB) será candidato à presidência da Câmara dos Deputados.
Os emedebistas escolheram Baleia Rossi (SP) como candidato oficial da legenda, mas Ramalho se lançou de forma avulsa, como fez na votação de dois anos atrás.
Ele se define como “terceira via” a Baleia e Arthur Lira (PP-AL) — apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido) — que devem polarizar a disputa.
O mote da campanha é o aumento da participação dos 513 deputados nas decisões do Legislativo. “O que estamos procurando é a independência do plenário, o que hoje não há. Trata-se toda a pauta com poucas pessoas”, diz.
Os emedebistas escolheram Baleia Rossi (SP) como candidato oficial da legenda, mas Ramalho se lançou de forma avulsa, como fez na votação de dois anos atrás.
Ele se define como “terceira via” a Baleia e Arthur Lira (PP-AL) — apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido) — que devem polarizar a disputa.
O mote da campanha é o aumento da participação dos 513 deputados nas decisões do Legislativo. “O que estamos procurando é a independência do plenário, o que hoje não há. Trata-se toda a pauta com poucas pessoas”, diz.
Ao Estado de Minas, Ramalho detalhou as estratégias utilizadas para angariar apoio dos colegas. A capacidade de articulação rendeu-lhe o apelido “Fabinho Liderança”, repetido aos montes por deputados durante reuniões.
Ele afirma não temer represálias do MDB por deixar de apoiar Baleia Rossi, que tem o aval do atual comandante do Congresso, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Não sou candidato do presidente ou do Maia. Sou o candidato do plenário. Quero uma pauta construtiva para o Brasil, de harmonia”, assegura o parlamentar, que garante ter telefonado para mais de 400 pares apresentando sua candidatura.
Ele afirma não temer represálias do MDB por deixar de apoiar Baleia Rossi, que tem o aval do atual comandante do Congresso, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Não sou candidato do presidente ou do Maia. Sou o candidato do plenário. Quero uma pauta construtiva para o Brasil, de harmonia”, assegura o parlamentar, que garante ter telefonado para mais de 400 pares apresentando sua candidatura.
Dois anos atrás, Ramalho obteve 66 votos na eleição vencida por Maia. Ele tece críticas à perda de poder por parte dos deputados em espaços como as comissões temáticas.
“Hoje, a Casa, tem uma polêmica grande: há dois lados fortes brigando pelo poder do que mais propriamente pelo Parlamento”, lamenta. O pleito está agendado para a primeira sessão legislativa deste ano, em fevereiro.
“Hoje, a Casa, tem uma polêmica grande: há dois lados fortes brigando pelo poder do que mais propriamente pelo Parlamento”, lamenta. O pleito está agendado para a primeira sessão legislativa deste ano, em fevereiro.
O que motivou o senhor a ser candidato à presidência da Câmara?
O principal motivo é que a Casa não pode ficar nas mãos do presidente da Câmara e de alguns poucos líderes. A descentralização tem que ser com protagonismo de toda a Câmara, e não apenas do presidente e dos líderes.
O MDB tem um candidato oficial: Baleia Rossi, de São Paulo. Não teme que a decisão de lançar seu nome de forma avulsa possa gerar represálias internas?
Não tenho medo de nenhum tipo de represália. Estou exercendo meu direito, que é regimental e constitucional. E, também, de ser uma terceira via à disposição dos deputados. Não sou candidato de um lado ou outro. Não sou candidato do Executivo ou do presidente da Câmara. Quero ser o candidato do plenário da Câmara dos Deputados.
Quando o senhor se candidatou ao comando da Mesa em 2019, foi até Bolsonaro e garantiu colocar reformas em pauta. Pretende fazer movimento parecido e garantir votar projetos do governo?
Vou colocar (em pauta) os projetos da nação. A pauta será construída e mais amplamente discutida. No início do ano passado, tivemos uma questão muito séria: a não instalação de nenhuma comissão. Quando isso acontece, você empodera muito alguns líderes e o presidente da Casa. Isso foi um erro. E, ao mesmo tempo, tirou o pequeno poder que tinha a maioria dos deputados, quando fazem seu trabalho e as discussões nas comissões. Hoje, a Casa, tem uma polêmica grande: há dois lados fortes brigando mais pelo poder do que propriamente pelo Parlamento.
O senhor tem boa relação com Bolsonaro. Não pensa que se lançar de forma avulsa quando ele tem um candidato preferido, Arthur Lira, pode trazer prejuízos?
Não sou candidato do presidente ou do Maia. Sou o candidato do plenário. Quero uma pauta construtiva para o Brasil, de harmonia. Tenho condições de buscar essa harmonia, tanto com a oposição quanto com o presidente. A harmonia tem que ser construída, mas com independência. Os poderes são independentes. O que estamos procurando é a independência do plenário, o que hoje não há. Trata-se toda a pauta com poucas pessoas.
Como o senhor tem feito para buscar o apoio dos colegas?
Já liguei para mais de 400 deputados e vou continuar ligando. A partir do dia 4, estarei em Brasília e ficarei lá até o dia da eleição para conversar pessoalmente com quem for à cidade. E, também, para discutir melhor o que pode ser construído nessa mudança. Estou dando aos deputados a opção de ter um candidato deles, que vem do Parlamento e dos parlamentares.
O senhor crê no apoio de integrantes da bancada mineira ao seu nome?
Tenho ligado para todos. Fui coordenador da bancada por muitos anos e fiz um trabalho excelente. Fui, também, vice-presidente da Câmara. Espero que os colegas que me conhecem saibam que não estou me colocando por vaidade, mas por querer, junto com a maioria, fazer com que as mudanças nasçam, principalmente, para que a gente tenha um plenário que participe mais. A gente tem 480 deputados que participam muito pouco. A maioria das comissões instaladas tem as relatorias dadas para muito poucos, (de forma) quase repetitiva. Tem uma briga entre dois lados. Isso inviabiliza o andamento do Parlamento. Por isso coloquei meu nome.