Depois de uma semana de recesso no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro deve retornar a Brasília hoje. A previsão é que o chefe do Executivo chegue à capital até o fim do dia, segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). Na agenda pública do presidente não constam compromissos oficiais para esta segunda-feira, 4.
A passagem de Bolsonaro pelo Guarujá, o destino mais comum de suas viagens durante feriados em 2020, foi marcada por aglomerações. Nas redes sociais, o presidente divulgou uma série de vídeos de suas interações com apoiadores. Na direção oposta de orientações sanitárias, no dia 30 de dezembro, uma multidão se juntou na orla do município de Praia Grande para cumprimentar Bolsonaro, que, sem máscara, abraçou e tirou fotos com dezenas de pessoas, a maioria também sem usar a proteção.
No primeiro dia do ano, quando o País registrava mais de 194 mil mortes pela covid-19, Bolsonaro voltou a promover aglomeração ao cumprimentar banhistas na Praia Grande. O chefe do Executivo saltou da embarcação onde estava e nadou em direção à faixa de areia para falar com os apoiadores. A atitude foi alvo de críticas do governador do Estado, João Doria (PSDB), desafeto político do presidente.
Bolsonaro está na Baixada Santista desde 28 de dezembro e, tanto em suas aparições públicas quanto em sua tradicional "live" realizada na última quinta-feira do ano, fez apelos contra o isolamento social. O mandatário também manteve a postura de minimizar a imunização contra o novo coronavírus, que já ocorre em mais de 40 países, mas ainda não começou no Brasil.
Nesta manhã, o presidente reforçou em suas redes sociais sua defesa pelo tratamento precoce da covid-19 e por uma imunização que não seja obrigatória. Ele destacou que a vacina emergencial "está a caminho", após certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "O tratamento precoce salva vidas. A vacina emergencial (depois de certificada pela Anvisa), e não obrigatória, está a caminho", escreveu.
A agência reguladora autorizou em 31 de dezembro a importação de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que será fabricada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Fiocruz indicou que pediria nesta semana o aval para uso emergencial do imunizante. A aposta do laboratório e do Ministério da Saúde é iniciar a vacinação no fim de janeiro.
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