Kalil e Pacheco trocaram diversas farpas recentemente (veja mais ao fim desta matéria). O prefeito estava reticente quanto ao apoio do PSD ao candidato de Alcolumbre. Nesta terça, contudo, as negociações em prol de uma união avançaram.
O acordo pode impactar, inclusive, 2022.O Estado de Minas apurou que uma condição imposta durante as tratativas foi a desistência de Pacheco de disputar o governo estadual no próximo pleito. Se o senador mineiro conseguir participar da disputa pela presidência do Senado, a tendência é que tenha Alcolumbre como vice.
Fonte ouvida pela reportagem crê que há chances de Pacheco auxiliar a indicação de Anastasia ao Tribunal de Contas da União (TCU). Com isso, ele não concorreria ao senado em 2022, abrindo caminho para outras legendas: além do próprio DEM, o PP teria interesse em disputar a vaga.
Após a reunião, em breve entrevista à imprensa, Anastasia negou que possa ir ao TCU. "É uma possibilidade que não existe. Já disse várias vezes, até porque não existe a vaga no Tribunal. Minha função, até o fim deste mês, como vice-presidente do Senado, é continuar trabalhando por Minas Gerais. É notório meu apoiamento ao senador Rodrigo Pacheco, com quem tenho relações pessoais e políticas de muitos anos. Esse é o objetivo de muitos anos", sustentou.
Kalil x Pacheco - troca de ‘farpas’
No último ano, os embates públicos entre Kalil e Pacheco tiveram diversas declarações fortes. Em setembro, ao EM, o senador criticou o prefeito. À época, ele afirmou que, “por ter muitos recursos”, BH poderia estar em situação melhor no que tange à infraestrutura, por exemplo.
“O governo do prefeito Kalil se vale de uma prefeitura que tradicionalmente tem muitos recursos. A cidade é rica e, por isso, acho que podíamos estar numa situação melhor, com mais obras de infraestrutura, nas áreas menos favorecidas, melhor atendimento na saúde, mais limpa e com menos pessoas em situação de rua”, disse.
Dias depois, ao se lançar candidato à reeleição, Kalil rebateu o parlamentar. Outro dia, curiosamente, escutei um colega do senador Anastasia dizendo que tínhamos uma prefeitura ‘muito rica’. Gostaria de perguntar ao colega do senador se achamos um baú de dinheiro lá dentro ou se choveu moeda. O que fizemos na prefeitura de Belo Horizonte é uma lição para ser feita em várias prefeituras”, afirmou.
A troca de farpas continuou quando Pacheco participou de um evento da pré-campanha de João Vítor Xavier (Cidadania), adversário de Kalil. Foi a vez da “tréplica”. “Recebi uma crítica do prefeito atual, afirmando que eu disse que a cidade tem muitos recursos. Eu reafirmo: BH tem um grande orçamento público, se comparado ao de outras cidades, com condições de realizar políticas públicas de qualidade. É preciso fazer e jogar menos para a plateia”.
Em 2016, eles foram adversários na corrida pela prefeitura: Kalil representou o extinto PHS; Pacheco, por sua vez, era filiado ao MDB.