Jornal Estado de Minas

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Vice-prefeito de BH, Fuad Noman enfrenta novo desafio

A prioridade são as obras. Assim garante o vice-prefeito Fuad Noman, que está à frente do Gabinete Especial para a Coordenação de Investimentos e Ações Estratégicas. Ele, que também é presidente municipal do PSD – função que na campanha à reeleição de Alexandre Kalil (PSD) centralizou as tratativas políticas para a formação da chapa de candidatos à Câmara Municipal – sugere, neste início de governo, ter batido a política para escanteio.



Responsável por coordenar a execução de todos os grandes investimentos de infraestrutura definidos para o segundo mandato do governo Kalil – tanto na administração direta como indireta – Fuad Noman se vê diante de uma tarefa que classifica como intensa.

“É muito trabalho. Tenho de ajudar o prefeito no que for necessário, mas com o foco nesses projetos que serão de grande impacto na cidade”, afirma, referindo-se ao conjunto de 12 eixos que abrangem de obras de mobilidade urbana a obras físicas em centros de saúde, produção de unidades habitacionais, urbanização da região da Izidora, além de grandes projetos de macro-drenagem .

Do conjunto das obras previstas, a prioridade são as intervenções na avenida Vilarinho destinadas a otimizar o sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro,  investimento estimado em R$ 152,4 milhões, financiados pela Caixa Econômica Federal. A licitação foi aberta em 15 de dezembro do ano passado, há expectativa de assinatura do contrato ainda este mês, mas os trabalhos deverão se iniciar apenas após o período de chuvas, em início de abril.





Neste período das chuvas, as situações de inundações persistem. “Muitas das outras obras de macro-drenagem já se iniciaram, mas não terão o efeito necessário para evitar inundações, porque são problemas que estão na cidade há 30, 40 anos. Neste momento, a ação principal para evitar calamidade é a prevenção, ações de Defesa Civil”, afirma Fuad Noman, que assinala estar a equipe civil de prontidão para fechar os pontos sensíveis, já conhecidos, a todo e qualquer alarme de chuvas.

“Estamos prontos para evitar qualquer tipo de evento mais grave. Mas a solução são obras, que vão demorar ainda um tempo para chegar à conclusão”, afirma o vice-prefeito.

A reabilitação dos rios de Belo Horizonte, proposta por uma corrente de especialistas que acompanham a evolução do debate na Europa e propõem a gradual descanalização dos cursos, criando nas várzeas parques ciliares, não é uma discussão amadurecida e não está, no curto prazo, no radar da Prefeitura de Belo Horizonte.

“Nosso foco principal hoje é minimizar os efeitos da enchente dentro dos projetos que estão desenhados e elaborados”, considera Fuad Noman. Segundo ele, a prioridade são obras que evitem as fortes e conhecidas enchentes no Vilarinho, o que será possível já no ano que vem. “Não dá tempo para elaborar estudos para uma grande e complexa obra desse tipo. O que vamos fazer no Vilarinho é encontrar soluções imediatas”, explica.





A nova rotina de Fuad Noman que se estrutura na Prefeitura de Belo Horizonte neste início de ano trata da supervisão e acompanhamento dos empreendimentos, garantindo a transversalidade das operações necessárias ao bom andamento dos trabalhos.

“Para fazer uma obra temos ações relacionadas à regulação urbana, ao meio ambiente, na Procuradoria do Município, enfim, uma série de outras ações cujas prioridades nem sempre são as mesmas da obra”, afirma o vice-prefeito, que já foi Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas (antiga Setop) na gestão tucana de Aécio Neves e Antonio Anastasia, este senador pelo PSD.

“O acompanhamento do vice-prefeito vai garantir que esses processos andem pari passu com as prioridades das obras que o prefeito determinou. O que vamos fazer é garantir que as obras aconteçam nos prazos, preços e eficiência que a prefeitura demanda”, afirma.





Partido 

 
Embora Fuad Noman avise que a política não está, neste momento, no centro de sua pauta, o vice-prefeito acompanha os desdobramentos da candidatura do senador mineiro Rodrigo Pacheco (DEM) para a Presidência do Senado Federal. Pacheco recebeu na terça-feira o apoio formal do PSD, inclusive com a benção de Alexandre Kalil, que foi anfitrião, em seu apartamento, da reunião que selou o apoio do PSD nacional.

“Foi de fato reunião importante porque Minas tem mais de 50 anos sem um presidente do Congresso Nacional. Então o PSD e a bancada mineira no Senado estão empenhados em trazer para nosso estado um protagonismo nacional”, considera Fuad Noman.

Fuad, descarta que este apoio esteja atrelado ao suporte dos Democratas mineiros em 2022 a eventual candidatura de Kalil ao governo de Minas, o que suporia a desistência de Pacheco de concorrer ao cargo. “Este assunto não está posto. Ninguém está discutindo candidatura lá na frente”, diz Fuad Noman.

Assim como Alexandre Kalil, que tem declarado que não se senta numa cadeira pensando em outra, Fuad Noman evita considerar o cenário prospectivo de 2022, em que Kalil é lembrado como forte candidato ao governo de Minas. “Se o prefeito não senta numa cadeira pensando na outra, imagina eu? Claro que não vou sentar numa pensando na outra. Não me preocupo com isso não”, declara.