A denúncia é grave e, na prática, serve apenas de alerta para os interessados na conduta do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro é acusado de 'sabotador' dos direitos humanos, em relatório divulgado nesta quarta-feira (12/01), pela organização não governamental HRW, um observatório para fiscalizar a prática ou não de respeito aos direitos fundamentais por governos mundo afora.
Leia aqui o relatório completo sobre a lista de violações aos direitos humanos do gverno Bolsonaro, conforme a ONG HRW
O que diz o relatório
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“Promoveu políticas que contrariam os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com deficiência, atacou a mídia independente e organizações da sociedade civil e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização da legislação ambiental”, destaca o relatório.
Lista de violações
A HRW listou ainda várias violações do direitos humanos durante o governo de Bolsonaro, que tomou posse em janeiro de 2019.
Entre outros pontos, aponta o relatório, Bolsonaro "acusou, sem qualquer prova, indígenas e organizações não governamentais de serem responsáveis pela destruição da floresta" e fez ataques a jornalistas.
O Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, diz o relatório, "produziu um relatório confidencial sobre quase 600 policiais e três acadêmicos identificados como 'antifascistas'".
O Supremo Tribunal Federal (STF) precisou determinar ao ministério a suspensão da coleta de informações sobre pessoas “que exerçam seus direitos à liberdade de expressão e de associação".
O levantamento destacou ainda que a polícia matou, no País, 6.357 pessoas. Desse total, quase 80% das vítimas eram negras.
Pandemia
A diretora- adjunta da HRW no Brasil, Anna Lívia Arida, disse, no relatório, que Bolsonaro "expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos" ao longo da pandemia do novo coronavírus.
"O presidente Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de 'gripezinha'; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social.
O relatório destaca também que o governo Bolsonaro tentou restringir a publicação de dados sobre a COVID-19.
A HRW lembra ainda da demissão de ministros da saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich por defenderem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e se recusarem a avalizarem defesa do presidente de medicamentos para tratar a COVID-19 sem validação da ciência.