Ameaçado de demissão pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, negociou toda reestruturação da instituição com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O processo, que prevê o desligamento voluntário de 5 mil funcionários e o fechamento de 361 pontos de atendimento, só andou depois do aval do chefe da equipe econômica.
O Banco do Brasil só tornou público o processo de reestruturação depois de submeter todas as medidas ao crivo da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), chefiada por Amaro Luiz de Oliveira Gomes. O órgão faz parte do guarda-chuva do Ministério da Economia.
“Nada do que foi anunciado pelo Banco do Brasil seria possível se não tivesse o aval do ministro Paulo Guedes”, diz um executivo da instituição. “Todos os argumentos para a reestruturação do banco foram apresentados e aceitos pela Sest. Ou seja, não há porque falar em surpresas dentro do governo”, ressalta.
Para os executivos do Banco do Brasil, a reestruturação e o enxugamento de despesas pela instituição é vital. É questão de sobrevivência, pois o banco está vendo as receitas caírem com o crescimento espetacular das instituições digitais. “O BB tem tudo para se dar bem, desde que a política não atrapalhe”, frisa o mesmo executivo.
Com a demissão voluntária de empregados e o fechamento de postos de atendimento, o Banco do Brasil espera economizar quase R$ 3 bilhões até 2025.