A Justiça Eleitoral recebeu representação que pede a cassação da chapa de candidatos a vereador que disputaram a eleição em Belo Horizonte pelo Partido Social Cristão (PSC). No texto, o advogado Mariel Marley Marra, que ganhou notoriedade ao pedir o impeachment de figuras como o ex-governador mineiro Fernando Pimentel (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB), aponta a suposta existência de postulantes laranjas na legenda, apresentadas com o objetivo de cumprir a cota de participação feminina no pleito.
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PDT anuncia apoio, e Pacheco consegue maioria para presidência do SenadoMDB tem candidata, mas partidos aliados no Senado declaram apoio a PachecoJuiz nega pedido do vereador Nikolas Ferreira para abrir comércio de BHDenúncia contra Pimentel por corrupção e lavagem de dinheiro é rejeitadaUma das candidatas mencionadas na ação, segundo Marra, além de ter recebido apenas seis votos, teria repassado, aos cofres da direção municipal do PSC, parte dos R$ 50 mil recebidos para custear a campanha.
A outra postulante citada por Marra, por sua vez, não recebeu votos, além de não ter feito campanha nas redes sociais. O advogado alega que, sem as candidaturas classificadas por ele como “fictas” (fictícias), o PSC não teria conseguido cumprir a cota de gênero — ferindo a legislação eleitoral.
“Fica patente a existência de candidaturas femininas fictas neste partido, sendo elas destinadas, exclusivamente, ao preenchimento formal da cota de 30% determinada por lei, sem qualquer intenção de incremento da representatividade política das mulheres, e, pois, de efetivamente concorrerem a um mandato eletivo”, argumenta.
O Estado de Minas procurou Marcos Crispim para tratar do assunto. Segundo o vereador recém-empossado, uma das candidatas citadas por Mariel Marra desistiu de tentar ser eleita e, por isso, não recebeu votos.
“Não tenho conhecimento de candidatas laranjas. O advogado do partido está acompanhando. Pelo que li no processo, não há materiais ou comprovações que deem suporte a isso, apenas suposições baseadas na pequena votação de uma e na outra, que não teve votos, mas que já justificou, em depoimento, alegando que desistiu da campanha e não teve — ou pediu — votos. Nem ela mesma votou pois já tinha desistido da candidatura”, disse.
O PSC lançou 55 candidatos à vereança em BH. A chapa foi composta por 37 homens e 18 mulheres.
PRTB e Pros também são alvo de ações
Na semana passada, a reportagem mostrou que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi a Justiça pedindo a impugnação de Nikolas Ferreira, do PRTB. As alegações da ação também tratam de candidaturas femininas oficializadas apenas para cumprir a legislação.
Caso parecido ocorre com Wesley Autoescola, eleito pelo Pros. Segundo os documentos anexados à ação, as candidatas teriam ligação, inclusive, com assessores do parlamentar.