Em meio à crise de abastecimento de oxigênio em Manaus, no Amazonas, internautas usam as redes sociais para culpar o discurso negacionista pelas mortes por COVID-19. A palavra ‘lockdown’ está entre os assuntos mais comentados no Twitter.
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Sem citar Bolsonaro, Maia diz que colapso em Manaus é culpa de 'lideranças'É montagem a manchete do G1 que relaciona Bolsonaro a acidente de jet skiEm alguns posts, internautas também culpam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelas mortes. Isso porque o presidente brasileiro tem um posicionamento negacionista, é contra o lockdown e incentiva o uso de remédios que não tem comprovação cientifica para o tratamento da doença.
“Já passou da hora do Brasil ter um lockdown sério. E um presidente sério também”, escreveu um perfil.
“A extrema-direita bolsonarista incitou de forma orquestrada e sistemática a população a não seguir as regras de proteção, a protestar contra lockdown e a desafiar a pandemia. Agora cinicamente se esconde ou procura culpar outros pelo crime.
Precisam ser denunciados ostensivamente”, postou outro.
Deputados bolsonaristas
Um tuíte da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), publicado em dezembro de 2020, circula nas redes sociais. No post, ela comemora o fim do lockdown em Manaus na semana do Natal e Ano Novo.
"A pressão do povo funcionou também em Manaus. O governador do Amazonas voltou atrás em seu decreto de lockdown. Parabéns, povo amazonense, vocês fizeram valer seu poder!", escreveu Bia à época.
A deputada, no entanto, publicou nesta quinta-feira (14/01) uma mensagem lamentando as mortes na capital do Amazonas. "Manaus hoje sem oxigênio para os doentes. Não fosse a providência do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Pazuello muitas pessoas teriam morrido asfixiadas. Governo do estado e da capital não cuidaram da saúde da população".
No final de dezembro de 2020, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também celebrou as manifestações contra as medidas restritivas adotadas em Manaus devido à pandemia de COVID-19.
“Primeiro Búzios e agora Manaus. Todo poder emana do povo”, escreveu o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 26 de dezembro.
“Primeiro Búzios e agora Manaus. Todo poder emana do povo”, escreveu o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 26 de dezembro.
Na época, Manaus, apesar de não ter adotado lockdown, decretou medidas restritivas.
O decreto não foi bem aceito pela população, que respondeu com manifestações pela cidade. Na ocasião, a polícia precisou usar spray de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes
O decreto não foi bem aceito pela população, que respondeu com manifestações pela cidade. Na ocasião, a polícia precisou usar spray de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes
Veja alguns comentários nas redes sociais
Terror volta para as ruas de Manaus
No início da pandemia, em abril de 2020, Manaus vivenciou cenas de desespero, com valas comuns cavadas em cemitérios públicos e caminhões refrigerados instalados fora dos hospitais para preservar os corpos dos mortos.
Agora, a capital do estado do Amazonas volta ter dias de terror. Entre 1º e 11 de janeiro, foram registradas 1.979 novas internações pelo novo coronavírus, contra 2.128 em abril de 2020 – pior mês desde a chegada da pandemia.
Os enterros de vítimas da COVID-19 também batem recordes: nos primeiros 10 dias de 2021 foram registrados 379, mais do que os 348 de maio.
Até quarta-feira (13/01), mais de 5,8 mil morreram por COVID-19 no estado.
Falta de oxigênio
Segundo profissionais que atuam no atendimento de pacientes de COVID-19, há hospitais sem oxigênio em Manaus, o que teria causado a morte de diversos pacientes.
Pelas redes sociais, brasileiros pedem socorro. A frase “oxigênio para Manaus” e a palavra “Manaus” estão entre os assuntos mais comentados.
Pelas redes sociais, brasileiros pedem socorro. A frase “oxigênio para Manaus” e a palavra “Manaus” estão entre os assuntos mais comentados.
Lockdown
Na tarde desta quinta-feira (14/01), o governador Wilson Lima anunciou um decreto que proíbe a circulação de pessoas em Manaus entre 19h e 6h.
Todas as atividades, exceto serviços essenciais, também estão proibidas.
Todas as atividades, exceto serviços essenciais, também estão proibidas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira