Embora apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) não se opõe à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as ações do governo federal ante a pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (21/01), ele disse não ver problemas sobre a criação do colegiado, desde que o número mínimo de assinaturas para o início dos trabalhos seja atingido.
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Lira pode ter maioria da bancada mineira na eleição da CâmaraCOVID-19: ALMG propõe incentivo fiscal e redução de dívidas a empresasBolsonaro: Bonner tem 'cara de pastel' e 'último a saber das coisas'Atos golpistas: deputado bolsonarista consegue assinaturas para abrir CPMIArthur Lira encerra 'tour' por apoio em MG e comemora resultado de reuniõesLira garante a Zema interesse em pautar reformas econômicas na CâmaraLira quer discutir auxílio emergencial sem 'furar' teto de gastos“A CPI é um instrumento normal e legislativo de Câmara e Senado. Nosso papel é legislar e fiscalizar. Se tiver a maioria das assinaturas, não vejo problema. A CPI tem que ter fato determinado e assinaturas. Se tiver, será instalada, independentemente de quem seja o presidente. O importante é que aja com isenção e apure se houve algum erro”, disse, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, após se encontrar com parte da bancada mineira na Câmara.
“Estamos trabalhando incessantemente. O momento não é só de criticar. É de apresentar soluções e todo mundo se engajar, para que empresários, políticos e governos estaduais, federais e municipais lutem para que a vacina chegue a todos. Essa é a nossa causa. As saídas estão aparecendo”, continuou.
Questionado sobre a decisão do Palácio do Planalto de afastar o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, das negociações para a importação de insumos da China em prol da fabricação de imunizantes, disse que a atitude cabe ao governo. “É importante que todo mundo se desnuda de vaidades e compreenda sem limites. E que, quem puder ajudar, ajude”, falou.
“É um momento de pressão mundial pela vacina. Não é um problema só do Brasil. Alguns países estão adiantados, outros na mesma situação. O que não podemos permitir é que todos nós, juntos, não tenhamos um calendário, um plano, para que a gente consiga seguir todas as etapas ajustadas diante do Ministério da Saúde.
Corrida por assinaturas
Partidos como a Rede e o PSB têm colhido assinaturas para a instalação da comissão. A crise humanitária que se abate sobre Manaus (AM) pela falta de oxigênio também é pauta pretendida pelos parlamentares. Para a criação do colegiado, é preciso angariar o apoio de 171 deputados e 27 parlamentares. Os números correspondem a um terço do número de componentes de cada Casa Legislativa.
Em 2019. foi aberta a CPMI das fake news, que investiga o disparo em massa de mensagens falaciosas durante a campanha eleitoral de 2018. Comitiva de mineiros com Lira Vinte e nove deputados acompanharam a visita de Arthur Lira à Prefeitura de BH. Depois, ele foi à Assembleia Legislativa. Um encontro com o governador Romeu Zema (Novo) também estava previsto. Ele estimou ter mais de 30 votos de parlamentares de Minas Gerais.
O grupo teve presenças como Marcelo Aro (PP), Júlio Delgado (PSB), Luis Tibé (Avante), Fred Costa (Patriota), Weliton Prado (Pros) e Diego Andrade (PSD), líder da bancada estadual.