Após a eleição que conduziu Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, muito se perguntou como ficaria a relação entre o Brasil e o país norte-americano, uma vez que o governo brasileiro apoiava a reeleição de Donald Trump. Nesta quinta-feira (21/01), o chanceler Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, disse que aposta em um bom relacionamento entre as nações.
Para Ernesto Araújo, que também era apoiador do governo Trump, Brasil e Estados Unidos possuem ideias em comum nas vertentes da segurança, democracia na América do Sul, além do interesse econômico. O ministro também disse que os países vão trabalhar juntos pelo meio ambiente.
“Tem tudo para ser uma boa relação. Temos muita coisa em comum com os Estados Unidos, como na segurança, na democracia na América do Sul, por exemplo, um interesse econômico evidente, continuar vários acordos que temos negociados, com interesse dos dois lados, tanto do empresariado americano como do empresários brasileiro, além de trabalhar juntos pelo meio ambiente”, disse Ernesto.
Após a fala do chanceler, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu a palavra para comentar sobre a parte do meio ambiente. Biden já deixou público que pretende aportar US$ 20 bilhões para a Amazônia, "para o Brasil não queimar mais a área citada". Mas, para Bolsonaro, “fogo pega no mundo todo”, inclusive nos Estados Unidos.
“Fogo pega no mundo todo. Na Califórnia não é comum pegar fogo no estado todo? Lógico que ficamos chateados, porque não tem como apagar esse fogo. Agora, para nós, aqui é diferente”, disse o presidente.
Bolsonaro disse ainda que o Brasil prepara uma medida provisória que trata da “regularização fundiária”. Para o presidente, o projeto dará condições ao governo saber quem é o responsável por uma área que pegar fogo. No entanto, o líder do Palácio do Planalto fez uma ressalva: o desmatamento no país não é proibido.
“Tem locais que é permitido fogo no Brasil, é permitido, espero ninguém falar que “tem que proibir”. Tem locais que é permitido o desmatamento. Tem área amazônica, onde quem tem propriedade que é permitido desmatar 20%, 80% tem que preservar. Eu pergunto: qual país do mundo tem uma legislação como essa?”, concluiu.