O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (22/01), que eficácia da CoronaVac, vacina contra a COVID-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac não está comprovada cientificamente.
Contraditório, ele completou: “O pessoal dizia que eu era contra a vacina. Eu era contra a vacina sem passar pela Anvisa. Passou pela Anvisa, eu não tenho mais o que discutir, eu tenho que distribuir a vacina.”
A declaração do presidente não corresponde à realidade dos fatos. A eficácia geral da vacina ficou em 50,38% – acima do mínimo de 50% recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O uso emergencial do imunizante foi autorizado pela Anvisa no último domingo (17).
A CoronaVac, diversas vezes atacada por Jair Bolsonaro e seus apoiadores, se tornou a principal opção de vacina disponível no país.
Apesar de toda a trajetória de tentativa de desacreditar o imunizante, após a aprovação pela Anvisa e, sem outra opção de produto, Jair Bolsonaro mudou o discurso. A até então “vacina chinesa de Doria” passou a ser a vacina “do Brasil”.
Com uma população de, aproximadamente, 210 milhões de pessoas, o Brasil iniciou a campanha de vacinação com apenas seis milhões de doses disponíveis do imunizante. Somente para vacinar os grupos prioritários descritos no Plano Nacional de Imunização – profissionais de saúde, idosos com 75 anos ou mais, idosos com mais de 60 anos que moram em asilos, indígenas que vivem em aldeias e comunidades ribeirinhas – serão necessários 30 milhões de doses.
Nessa quinta-feira, depois de uma negativa inicial, o governo indiano decidiu liberar a venda de imunizantes para o Brasil. Um carregamento de dois milhões de doses deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos neste sábado.
As vacinas vindas da Índia são desenvolvidas pela farmacêutica britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Os imunizantes estão sendo fabricadas no Serum Institute of India, o maior produtor mundial de vacinas, que recebeu pedidos de países de todo o mundo.