O diretor-executivo da farmacêutica britânica Pfizer, o grego Abert Bourla, encaminhou no dia 12 de setembro do ano passado uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e aos seus ministros insistindo para que o Brasil fechasse negócio mais rapidamente com a empresa de vacinas. De acordo com a CNN Brasil, a farmacêutica levou em conta a alta demanda por imunizantes, mas considerou o Brasil como prioridade devido ao alto número de casos e mortes pelo novo coronavírus.
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A carta foi encaminhada ao vice-presidente Hamilton Mourão e aos ministros Braga Netto (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde), Paulo Guedes (Economia) e ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster. Porém, segundo a CNN Brasil, as negociações nunca avançaram, já que o governo brasileiro já tinha o propósito de dar prioridade à AstraZênica/Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Além disso, pesaram também as várias condições impostas pela Pfizer para a venda de vacinas. Mas o problema maior foram as cláusulas que a farmacêutica impôs para a venda. O governo considerou abusivas quatro trechos do pré-contrato, como a necessidade de o país depositar numa conta no exterior da Pfizer como garantia de pagamento, que o primeiro lote fosse de apenas 500 mil doses, considero insuficiente pelo Ministério da Saúde e que fosse assinado um termo de responsabilidade para eventuais efeitos colaterais da vacina.
No Brasil, as primeiras vacinas foram aplicadas na última segunda-feira (17 /1), com a Coronavac, depois de insistência do governador de São Paulo, João Doria, que em junho do ano passado fechou um acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac.