O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a imprensa nesta quarta-feira (27/01) durante almoço na churrascaria Nativas Grill, na Vila Planalto, em Brasília. Ao comentar sobre a denúncia de que o governo gastou R$ 1,8 bilhão em compras de alimentos no ano passado, 20% a mais que em 2019, Bolsonaro mandou a imprensa para a “puta que pariu”.
Bolsonaro sobre compra de leite condensado: 'Enfiar no rabo da imprensa
— Estado de Minas (@em_com) January 27, 2021
'https://t.co/EM3188Mrf0 pic.twitter.com/JywJSlRV7q
“Quando eu vejo a imprensa me atacar dizendo que eu comprei R$ 2 bilhões em leite condensado (R$1,8 bilhão), vai para puta que pariu. Imprensa de merda essa daí. É para enfiar no rabo de vocês aí, vocês não, da imprensa. Enfiar no rabo essas latas de leite condensado”, gritou Bolsonaro durante o almoço.
Em seguida, a churrascaria é tomada por gritos de “mito, mito”. Então, o presidente volta a falar e justificar os gastos. Segundo ele, as compras não foram feitas por ele, mas sim por todo governo. O que já tinha sido apontado pela imprensa anteriormente.
Ainda durante o discurso, Bolsonaro diz que o governo Dilma (PT) gastou mais que ele e afirma que, durante a live desta quinta-feira (28/01), vai explicar os números para a população brasileira.
De acordo com Bolsonaro, se a imprensa o acusa de gastos extraordinários é porque ela "não tem mais do que acusar".
O presidente também defendeu a compra de chicletes, justificando que eles são comuns no Exército. "Não é luxo nenhum."
As imagens foram gravadas pelos presentes na churrascaria e divulgadas pelo jornalista Samuel Pancher no Twitter.
O chefe do Executivo estava acompanhado do presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, e de cantores sertanejos, como Sorocaba, Amado Batista e Nayara Azevedo.
R$ 15 milhões em leite condensado
O levantamento dos gastos do governo federal em 2020 foi publicado pelo site Metrópoles. Segundo a reportagem, foi apurado com base do Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, no último ano, que todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão em despesas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria