O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, alertou para a possibilidade de o Brasil enfrentar o que chamou de "megaepidemia" em um prazo de 60 dias. A alta no número de casos de COVID-19 seria provocada pela nova variante do coronavírus registrada em Manaus, no Amazonas.
"O Ministério da Saúde não tem credibilidade. Temos mais uma crise, essa nova variante em Manaus, em que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e nós estamos enviando pacientes para outros estados sem fazer os bloqueios de biosegurança. Provavelmente a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia", disse em entrevista ao Manhattan Connection, da TV Cultura.
Além de demonstrar preocupação com a transferência de infectados, o ex-ministro ressaltou a ausência de bloqueios nos aeroportos brasileiros.
"Ele (Bolsonaro) insistiu, durante muito tempo, em teorias muito frágeis de que o Brasil era um país tropical, que aqui não teria doença, que o brasileiro morava no esgoto (e era resistente a todos os vírus), depois falou que era uma gripezinha. Ele minou completamente o espírito de quem tinha que prevenir", complementou.
O alerta do ex-ministro acontece no dia em que o Brasil registrou 1.283 novas mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde. Com isso, o País ultrapassou, nesta quarta-feira (27/01), a marca de 220 mil óbitos pela doença, alcançando nesta quarta 220.161 vítimas.
No mesmo intervalo, foram registrados 63.520 casos do novo coronavírus no País, elevando o total de registros para 8.996.876.