O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse, nesta quinta-feira (28/01), em entrevista ao O GLOBO, que vai demitir do cargo o chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência da República, Ricardo Roesch Morato Filho, após mensagens pessoais de uma conversa com o chefe de gabinete de um deputado federal sobre um possível impeachment de Jair Bolsonaro serem reveladas pelo site “O Antagonista”.
De acordo com Mourão, o assessor agiu sem o seu consentimento e negou ter enviado as mensagens, alegando que o seu celular foi hackeado. O vice-presidente não acreditou.
"Agiu sem meu consentimento e contra minhas determinações. Será exonerado. Ele está negando com o argumento de que o celular foi hackeado, o que para mim não é verdade", disse Mourão.
REPÚDIO
A assessoria de comunicação da Vice-Presidência chegou a emitir uma nota se posicionando sobre a matéria veiculada pelo “O Antagonista”, publicada na manhã desta quinta. Porém, um pouco mais tarde, as mensagens foram divulgadas e Mourão teve de se pronunciar sobre o caso novamente.
Segundo a nota, o vice-presidente Mourão “repudia a inverdade de toda a narrativa e afirma que ninguém de sua equipe teve, tem ou terá este tipo de comportamento”. Disse ainda que “se assim agir, será considerado desleal. Isso parece ser mais uma jogada para buscar turvar as relações do Vice-Presidente com o Presidente da República”.
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“Na profissão que exerci por 46 anos a lealdade é uma virtude que não se negocia”, afirmou.
A assessoria concluiu a nota dizendo que “a Vice-Presidência destaca que o momento ora vivido em nosso Brasil é de união de esforços para salvar vidas e restabelecer o crescimento econômico. Este tipo de cobertura jornalística: inconsistente e inverídica em nada, absolutamente nada, agrega a todo esforço do Governo Federal em cumprir seus objetivos de informar e esclarecer a sociedade brasileira com informações úteis que merecem ser conhecidas”.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira