O presidente Jair Bolsonaro reforçou na manhã deste sábado (30/1) o apoio ao candidato à presidência da Câmara, Arthur Lira. Confiante, após passeio de moto e passar em uma loja de motocicletas no SIA, o chefe do Executivo falou a jornalistas e afirmou que Lira deve levar o pleito sob seu oponente, Baleia Rossi. O presidente disse ainda que independente do resultado, respeitará a decisão do parlamento.
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Brasília: faixas de campanha de Baleia Rossi amanhecem destruídasCOVID-19: Bolsonaro diz que se Anvisa aprovar, comprará vacina Sputnik VBolsonaro nega recriação de ministérios e diz que reforma só tem uma vagaPesquisa: 39,4% consideram gestão de Bolsonaro ruim ou péssimaGoverno joga pesado às vésperas das eleições na Câmara e no SenadoQuem é quem na disputa pelo comando do Senado e da CâmaraGoverno também privilegiou caciques no Congresso na reforma da PrevidênciaO mandatário disse ainda que muitas pautas do governo ficaram 'represadas' e que dará prioridade às reformas Administrativa e Tributária, além de acelerar privatizações como da Eletrobras e dos Correios.
"Tem várias: Reformas, a privatização da Eletrobras, privatização dos Correios, a regularização fundiária muito importante para a gente. Temos várias pautas", acrescentou.
Privatização
Bolsonaro continuou falando sobre os planos de privatização do governo, mas atribui grande parte da dificuldade ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Ele disse que o demista não pautou as privatizações no Congresso por ser "aliado de partidos de esquerda, que são estatizantes".
"Queremos privatizar, mas não é fácil privatizar uma empresa. Uma parte considerável delas passa pelo parlamento e lá na pauta do atual presidente ainda, que é muito ligado à esquerda, eles são estatizantes. São contra essas pautas. Até antes do meu governo, o prejuízo das estatais estava na casa de bilhões de reais e agora estamos tendo lucro na casa de bilhões. Então está sendo diferente", alegou.
E completou: "O que passa pelo parlamento depende do dono da pauta, que é o presidente da Câmara, no caso. E o Rodrigo Maia, ele tinha o apoio da esquerda. Ainda tem, PT, PCdoB, Psol que são partidos que não querem falar em privatizar porque muitas estatais tem um número considerável de militantes lá dentro e, em função disso, sempre se remou contra essa pauta de privatização".
Segundo Bolsonaro, ele já conversou com Lira sobre pautar as matérias do governo, 'independente de vencer ou não'. "O que que eu já conversei com o Arthur Lira. Pelo que tudo indica, teremos um bom relacionamento. Caso ele seja presidente queremos é que paute as matérias. Se por ventura a gente perder, paciência, né. Agora não atrapalha eu Jair Bolsonaro quando algo não vai para frente. Atrapalha o Brasil. Nós não temos pautas para beneficiar setores ou individualmente quem quer que seja, é um governo que está de peito aberto", destacou.
O chefe do Executivo salientou que o tratamento dado ao parlamento durante o seu governo é diferenciado em termos de recursos e emendas. "Veja o tratamento que nós damos para o parlamento. O próprio parlamento sabe. Nunca tiveram tanto recurso quanto tiveram. Por que? A emenda é impositiva? Libera, poxa. Para quê fazer jogo duro se o parlamentar tem uma obra para fazer em algum local. Eles têm emenda de bancada emenda individual. Apresenta. Uma vez aprovado, a gente vai liberar isso aí. O parlamento é o nosso parceiro".
Porém, Bolsonaro deixou claro que é necessário uma contrapartida e em crítica a Maia, disse que não é necessário jogos de disputa para emplacar um sucessor. "Agora, para a gente atender os parlamentares, temos que aprovar certas pautas que interessam a todos nós, votar orçamento. Não pode ficar nesse joguinho, segura, segura. E outra coisa, meu mandato também vai acabar como o da Câmara está acabando e o do Senado também. Não têm que ninguém de nós três ficar apavorado querer a todo custo fazer teu sucessor. Eu quero um sucessor que atenda aos interesses do Brasil, não que deixe atrasar essa pautas de votação que são muito importantes para todos nós".
5G
Sobre a implantação do 5G, Bolsonaro afirmou que 'ninguém está fora' e que vai 'conversar com todo mundo'. "Não tem nada acertado sobre o 5G ainda. O Fábio Faria vai fazer uma viagem de uma semana. Vai ficar uma semana fora vistando vários países para discutirmos qual é que pode apresentar a melhor proposta para nós e possa nos atender. Ninguém está fora, nós vamos conversar com todo mundo", ressaltou.
O chefe do Executivo negou que esteja usando a negociação para acelerar insumos para vacina vindos da China. "Precipita-se quem acha que estou negociando o 5G com quem quer que seja em troca disso ou daquilo. Não existe negociação entre os países. Existe interesse. Respeitamos o interesse deles, temos os nossos e o Brasil mudou, né. Mudou nessa questão, nesse relacionamento, nessa política externa, mudamos bastante e estamos fazendo no meu entender a coisa certa, em especial tendo à frente o Ernesto Araujo como nosso ministro das Relações Exteriores", concluiu.