Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu na manhã desta segunda-feira (1º/2) o discurso negacionista e recorrente de Bolsonaro e seus apoiadores.
Da 'gripezinha' aos 200 mil mortos; as frases de Bolsonaro ao longo da pandemia
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O presidente e seus seguidores têm negado a importância da vacina, do isolamento social, do uso de máscaras e da não aglomeração como instrumentos eficazes de combate ao novo coronavírus.
Ilha
Fux também rebateu críticas não raras às decisões dos ministros do STF.
“Nós, ministros do STF, rejeitamos o estigma de sermos 11 ilhas... Acima de todos nós está o Supremo, que representamos. Essa instituição, cuja fascinante história é marcada pela defesa das liberdades civis e dos valores liberais e democráticos”, afirmou o presidente do STF.
Recado
Outro recado de Fux ao abrir o Ano Jurídico de 2021: "Aqui não há senso de poder, não há perda de poder. Porque aqui há expressão do senso de dever. É o que nos move. Em 2021, seguiremos com altivez, independência e harmonia, na direção da paz e da prosperidade do nosso tribunal e do país".
A afirmação de Fux coincide com o dia em que o Congresso elege o comando das duas Casas, Câmara e Senado, com a participação direta do presidente Jair Bolsonaro, que tem candidatos de preferência e vem articulando para elegê-los.
Divergências
“Nós, ministros do STF, estamos todos do mesmo lado. A pandemia mostrou quão apequenadas são nossas divergências quando as comparamos com a grandeza de nossa missão. Debate não é sinônimo de combate, e dissenso não é sinônimo de discórdia”, disse o ministro Fux, diante de um Bolsonaro que permaneceu todo o tempo com o semblante visivelmente contrariado.