O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que concorre à presidência do Senado nesta segunda-feira (1°/2), disse que uma das suas primeiras medidas, caso eleito, será negociar com o governo federal a continuidade do pagamento do auxílio emergencial em função da pandemia da COVID-19.
"Nós não podemos desconhecer que, a despeito do compromisso da responsabilidade fiscal e do teto de gastos públicos de índole constitucional, nós temos a obrigação de reconhecer um estado de necessidade no Brasil, que faz com que milhares de vulneráveis, milhares de miseráveis precisem de atendimento do Estado", afirmou o parlamentar, em discurso no plenário do Senado nesta tarde, antes do início da votação.
O senador prometeu inaugurar "um diálogo pleno, efetivo e de resultados, porque isso é para ontem, para que se possa conciliar o teto de gastos públicos com a assistência social num diálogo com a equipe econômica do governo federal".
Pacheco ponderou, contudo, que apresentará uma agenda para melhorar a vida dos brasileiros composta pelo "trinômio" saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico, pois "o cidadão não quer favor do Estado, o cidadão quer ter a oportunidade de, por sua própria força de trabalho, garantir a subsistência de si próprio e de suas famílias".
"É esse tripé que vai nos orientar já no primeiro momento. Vivemos uma pandemia, mais de 220 mil pessoas mortas, famílias chorando — o Brasil chora neste momento —, e é preciso garantir que o nosso Sistema Único de Saúde que, aliás, deve ser sempre reconhecido e enaltecido, tenha condições de imunizar a população brasileira já nos primeiros instantes do ano de 2021. Vacina para todos os brasileiros de maneira imediata", afirmou.
Relação com o governo
Pacheco garantiu que o Senado será independente, caso ele seja eleito. "Não haverá nenhum tipo de influência externa capaz de influenciar a vontade livre e autônoma dos senadores. A busca do consenso haverá de ser uma tônica, mas há instrumentos e procedimentos próprios da democracia para se extrair uma conclusão, a conclusão que advenha da vontade da maioria", declarou.
"Asseguro com toda a força do meu ser o meu propósito de independência em relação aos demais poderes, em relação às demais instituições, buscando sempre harmonizar o Poder Legislativo com os demais Poderes da República", acrescentou o senador.
Apesar disso, Pacheco disse ser importante que haja um ambiente de governabilidade entre os Três Poderes, e comentou que os senadores precisam "ser colaborativos e participativos" com essa gestão.
"Governabilidade não é ser subserviente ao governo — e não o seremos —, mas permitir que as ideias nascidas do Poder Executivo, de iniciativa popular, da Câmara dos Deputados, de senadoras e senadores possam ter voz e vez no ambiente do Senado Federal", observou.
Segundo ele, "essa governabilidade é fundamental para o momento que vivemos no Brasil hoje". "De igual modo o são a estabilidade política, social e a estabilidade econômica. De igual forma é a segurança jurídica e o compromisso de nós todos de evitarmos que haja no Brasil uma mudança legislativa sempre constante, de um lado para o outro, que faz afastar investimentos e a segurança para aqueles que querem aqui empreender."