O Partido Socialista Brasileiro (PSB), com dois deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), passa a integrar, oficialmente, o bloco de oposição ao governador Romeu Zema (Novo). A composição do grupo oposicionista, que terá 17 integrantes, foi oficializada nesta quarta-feira (03/02). Os deputados independentes, também organizados em uma coalizão, serão 39.
A oposição terá, além dos pessebistas, as presenças de PT, PL, PCdoB, Pros, Psol e Rede. O bloco independente anunciado, por seu turno, conta com MDB, PSD, PV, PSL, PTB, Republicanos, Cidadania, Patriota, PDT, DEM e PRTB.
A Assembleia Legislativa tem 77 parlamentares. Vinte e um deputados, portanto, ainda não compõem oficialmente um bloco. A tendência é que ao menos boa parte deles faça parte do grupo que dá sustentação a Zema — visto que a formação de um bloco demanda, no mínimo, 16 assinaturas. As alianças já formalizadas podem receber novas legendas. (Veja, ao fim desta matéria, os partidos que ainda não compõem as coalizões)
PSB “oficializa” proximidade à oposição
Para compor a oposição, o PSB deixou a neutralidade. Até o ano passado, o partido era representado apenas por Professor Cleiton. Para 2021, com a vitória de Marília Campos (PT) na disputa pela prefeitura de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, outro pessebista chegou à Assembleia: Bernardo Mucida.
Segundo Professor Cleiton, o partido passa a encorpar o bloco de oposição para garantir o mínimo de parlamentares para a continuidade do grupo. Ele garante que a legenda terá independência.
“(A chegada à oposição) foi muito mais pela questão da necessidade de manutenção do bloco de oposição na Assembleia. Da composição de bloco. O PSB continua na posição de independência. Vamos compor a oposição, mas vamos manter o diálogo com o governo, votando o que for da nossa convicção e histórico ao nosso partido, sempre a favor das pautas populares, do servidor público e das questões sociais”.
O PSB já demonstrava proximidade com as pautas defendidas pela oposição. À época da Reforma da Previdência, por exemplo, Professor Cleiton votou contrariamente. “O diálogo sempre foi muito bom e vai continuar. Agora, até mais próximo, pois somos do mesmo bloco”, afirma.
Na oposição, a legenda com mais deputados é o PT, com nove. Assim como o PSB, o PL tem dois filiados no Parlamento de Minas Gerais. PCdoB, Pros, Psol e Rede têm um representante cada.
Independentes serão maior bloco
Nos últimos dois anos, os parlamentares independentes se organizaram em dois blocos. Agora, estarão concentrados em apenas um. Para Sávio Souza Cruz (MDB), que liderou um dos grupos, as estratégias dos deputados neutros não devem sofrer grandes alterações.
“(A atuação) vai continuar sendo como foi com os dois blocos independentes. Só que, agora, um pouco mais unificado”, sustenta. MDB e PSD são os partidos do grupo com mais deputados: cada um deles tem sete representantes. O PV tem seis; o PSL, cinco. Petebistas e republicanos são três, enquanto Cidadania, PDT e Patriota têm dois deputados. DEM e PRTB contam com um parlamentar.
Embora tenham sido anunciados oficialmente, os blocos ainda não definiram seus líderes e nomes oficiais.
Base de Zema pode ganhar reforços
Até o ano passado, Podemos e PP eram partidos independentes. Para 2021, porém, não constam na lista de siglas do bloco neutro. O Estado de Minas apurou que as duas legendas vão engrossar o grupo que dá sustentação a Zema. O Podemos tem três parlamentares; o PP, um.
Além deles, Novo (3), PSDB (6), Avante (3), PSC (3) e Solidariedade (2), estão sem bloco. Os cinco partidos estavam no cordão de apoio ao governo — e devem continuar. A composição oficial da base aliada a Zema ainda não foi lida em plenário. A oficialização vai ocorrer nos próximos dias.
A formação dos blocos é essencial para a definição da “escalação” dos colegiados temáticas, como as comissões de Saúde, de Educação, Ciência e Tecnologia, Constituição e Justiça e Direitos Humanos.