Em entrevista ao CB Poder, na tarde desta quarta-feira (3/2), a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) comentou as perspectivas da Câmara dos Deputados com a posse do novo presidente, Arthur Lira (PP-AL). Para ela, Rodrigo Maia – ex-presidente da Casa – favoreceu a polarização dos deputados e, com a nova liderança, isso deve mudar.
“Existe uma guerra de vaidades muito grande. Precisamos diminuir isso, e acho que o Arthur Lira é o cara certo para começar a propor e fazer”, afirmou Zambelli.
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Carla Zambelli faz piada sobre bolsonaristas e petistas no ano-novo; vejaNo Twitter, Carla Zambelli e Alê Silva apoiam candidatura de Lira na CâmaraSem conseguir eleger parentes, Zambelli questiona urnas: 'Todo sistema de votação é passível de fraude'Mãe de Geddel pega 10 anos de prisão no caso do 'bunker' de R$ 51 miSegundo ela, seria possível dizer que o governo começa de fato nesta quarta-feira, se não fossem algumas importantes realizações nos últimos dois anos.
Para a parlamentar, o desgaste que o PSL enfrentou no ano passado foi necessário para “arrumar a casa”. “São 53 pessoas, se três ou quatro estiverem atrapalhando a gente não vai deixar o jogo acabar por causa dessas pessoas”, ressaltou.
Zambelli conta que há grande chance de ser nomeada para a Secretaria de Comunicação da Câmara: “Ainda não está selado isso, houve uma conversa entre mim e Arthur Lira. É um cargo de confiança, então é da escolha do presidente da Casa. Me sinto honrada de ter sido cotada e estou à disposição para o que ele precisar".
A deputada afirmou que almeja também ocupar a Comissão do Meio Ambiente, e mencionou as queimadas na Amazônia que repercutiram no ano passado: “É importante a gente levar a outra versão também, a do governo, sobre o que tem feito no meio ambiente”.
Zambelli diz ter viagens programadas à Amazônia para colher opiniões de pessoas da esquerda e da direita.
COVID-19
Sobre o início das campanhas de vacinação no país, a deputada acredita que não há muito o que o Congresso possa fazer para agilizar o processo, mas que reconhece que o país precisa investir mais na ciência.
Ela disse ter um projeto sobre isso, que deve ser colocado futuramente para votação: “Rodrigo Maia nunca botaria um projeto meu em votação, acho que com o Arthur Lira é mais fácil”.
A deputada, que disse ter tido COVID-19 duas vezes, afirma que não defende o uso de medicações sem orientação médica.
"Eu não recomendo que a pessoa tome o medicamento sem a recomendação médica. O tratamento precoce, na minha opinião, é procurar um médico e estabelecer um tratamento urgente”, defendeu.
Em janeiro, Zambelli teve uma publicação marcada pelo twitter como “enganosa e potencialmente prejudicial”.
O vídeo compartilhado por ela apresentava o jornalista Alexandre Garcia defendendo o uso da cloroquina como tratamento precoce para a COVID-19.
A parlamentar comentou, também, a respeito da notícia que circula pelas redes sociais, sobre a deputada Flordelis (PSD-RJ) ter sido indicada por Lira para a Secretaria da Mulher. Segundo Zambelli, a deputada nem sequer é candidata.
“A imprensa brasileira não dá espaço para adireita falar”, afirmou a parlamentar, que usou como exemplo a recente repercussão dos R$ 15 milhões gastos em leite condensado pelo Executivo. "Mostra só o valor do leite condensado, mas não fala que está alimentando 370 mil.”
Auxílio emergencial
Sobre o auxílio emergencial, a deputada defendeu que algo deve ser feito para controlar o desemprego no Brasil: “Tivemos uma queda muito grande na arrecadação. Eu não sei se a solução é o auxílio emergencial, mas temos que achar uma solução para essas 20 milhões de pessoas que estão sem emprego. Essa solução passa, por exemplo, por parar de forçar o fechamento de empresas”.
A deputada criticou a decisão do governador de São Paulo, João Doria, de restringir o horário de funcionamento de estabelecimentos no estado: "Dinheiro para todos os governadores foi distribuído a rodo. Se os governadores não se prepararam para receber seus enfermos e para uma situação de emergência, pode ter certeza que houve desvio aí”.
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo