Jornal Estado de Minas

POLÊMICA

Bolsonaro rebate líder do governo e diz que Anvisa não pode ser pressionada

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou a live semanal desta quinta-feira (4/2) para responder o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), que afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisaria ser “enquadrada” para liberar o uso de vacinas contra a COVID-19. Bolsonaro disse que o órgão não pode ser pressionado e negou que interfira na agência.





Bolsonaro, que estava ao lado do presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, na transmissão, disse que não interfere no órgão, mas que “pode conversar com o pessoal sem problema nenhum”. 

“Uma agência não pode sofrer pressão de quem quer que seja. Eu não interfiro em agência nenhuma. Eu posso até conversar com o pessoal, sem problema nenhum. Acredito que ninguém pressione a Anvisa”, disse Bolsonaro.

O presidente acrescentou que ninguém fala em seu nome dentro da Anvisa: "Da minha parte, ninguém me representará na Anvisa, porque lá mexe com vidas. Não é uma coisa que se der errado conserta lá na frente. Vida você não conserta lá na frente. A Anvisa tem mais que um nome a zelar, tem vidas a zelar.”





Antônio Barra Torres aproveitou a transmissão ao vivo com Bolsonaro para explicar as alterações recentes feitas pela agência para dar celeridade ao processo de aprovação de imunizantes no Brasil. 

“Recentemente, foi publicado que o estudo clínico da fase 3 para vacinas do Brasil não é mais uma necessidade. Pode haver a fase 3 em outros países, desde que esses documentos dos estudos sejam com transparência e de maneira completa, liberado o acesso à agência, para que seja feita a análise”, afirmou o presidente da Anvisa.

Declaração de Ricardo Barros


Em entrevista ao Estadão, Ricardo Barros disse que a Anvisa precisaria ser “enquadrada” para liberar vacinas com mais rapidez.

O parlamentar entende que o país passa por uma situação de emergência que precisaria de uma pressão em cima do órgão.

"Estou trabalhando. Eu opero com formação de maioria. O que eu apresentar para enquadrar a Anvisa, passa aqui na Câmara feito um rojão. Eu vou tomar providências, vou agir contra a falta de percepção da Anvisa sobre o momento de emergência que nós vivemos. O problema não está na Saúde, está na Anvisa. Nós vamos enquadrar", disparou Barros.




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