O presidente Jair Bolsonaro declarou, na noite desta quinta-feira (4/02), em transmissão de live pelas redes sociais que convocou para a manhã desta sexta-feira (5/2) uma reunião envolvendo ministros do governo e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para explicarem a alta no preço dos combustíveis. No início da semana, caminhoneiros ameaçaram estado de greve. A principal reivindicação da classe é relativa à política de preços adotada pela Petrobras sobre o litro do óleo diesel. Na última semana, por exemplo, a petroleira reajustou em quase 5% o preço médio do combustível.
"Amanhã vou ter uma reunião envolvendo o ministro da Infraestrutura (Tarcísio Freitas), da Economia (Paulo Guedes), de Minas e Energia (Bento Albuquerque) e o presidente da Petrobras para falar sobre combustível", apontou.
O presidente acrescentou que não interfere na política de preços da Petrobras. "Dizem: 'Ah, a Petrobras não pode sofrer interferência'. Ninguém está interferindo na Petrobras. Mas vocês têm que saber qual é a composição do preço final, por exemplo, no diesel", emendou.
Ainda durante a live, Bolsonaro mencionou que a privatização da Petrobras estará entre os assuntos que serão tratados na reunião. Ele pediu ainda a opinião dos apoiadores sobre o assunto.
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Bolsonaro ataca imprensa sobre leite condensado: 'Enfiar na tua orelha'Bolsonaro volta a defender cloroquina para COVID-19: 'Deixa de ser otário'Bolsonaro rebate líder do governo e diz que Anvisa não pode ser pressionadaBolsonaro diz que mais trocas acontecerão após mudança na PetrobrasSenado aprova liberação emergencial de vacinas em até cinco diasO chefe do Executivo reforçou que, no encontro, o governo deverá conseguir uma solução sobre o assunto, como, por exemplo, um projeto de lei para enviar ao Congresso que verse sobre a diminuição do impacto do ICMS sobre os preços. "Amanhã tem que sair uma proposta, talvez um projeto de lei, e o Parlamento que decida".
"O que que nós queremos? Que o Congresso votasse, né, aprovasse uma lei dizendo o seguinte: que o ICMS vai incidir sobre o preço do óleo diesel na refinaria ou tem um valor fixo a exemplo da CIDE. Nada mais além disso, porque toda vez que eu aumento o óleo diesel os governadores ganham mais, isso é justo? Não é justo? O Parlamento tem que decidir. O Parlamento tá aí pra isso. É uma missão espinhosa é. Governador exerce influência na sua bancada agora o que não pode é toda vez que aumenta o combustível a responsabilidade vem pra cima do governo central", completou.
Por fim, ele destacou que caso tivesse poder, daria uma canetada e acabaria com o PIS/COFINS. "Eu não posso diminuir imposto. Para diminuir tenho que arrumar uma fonte que compense aquilo que eu diminui é assim que é a lei de responsabilidade fiscal. Eu gostaria de ter o poder de diminuir algumas coisas. Se eu tivesse poder, daria uma canetada e acabaria com o PIS/COFINS. R$ 0,33 no litro do óleo diesel. "Ah, é pra fazer média". Não. É para fazer justiça ao caminhoneiro. A cada 500 litros de óleo diesel que um caminhoneiro bota, ele paga R$ 165 de PIS COFINS. E é muito mais do que isso de ICMS e nós queremos resolver esse assunto", concluiu.
Mais cedo, o presidente criticou a cobrança de ICMS pelos estados. Ele afirmou que o ICMS é variável nas unidades da Federação, e que é necessário viver na base da "previsibilidade'".