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Estado de Minas INICIATIVA

Câmara de BH aprova criação de comissão contra homicídio de jovens negros

A comissão também prevê a inserção dos jovens no mercado de trabalho; BH é a oitava cidade do país que mais registra mortes de jovens negros e pobres


05/02/2021 17:27 - atualizado 05/02/2021 17:50

O objetivo da comissão é gerar conhecimento que possa financiar a criação e execução de políticas públicas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O objetivo da comissão é gerar conhecimento que possa financiar a criação e execução de políticas públicas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 
A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, nesta sexta-feira (5/2), a criação da comissão especial que vai proporcionar estudos relacionados à emprego, violência e ao homicídio de jovens negros nas periferias de BH, tal como os impactos sociais e econômicos. A iniciativa se deu por meio das vereadoras da Gabinetona, Iza Lourença, Bella Gonçalves e a covereadora Cida Falabella, ambas do PSOL.

O propósito da comissão é gerar conhecimento que possa financiar a criação e execução de políticas públicas, a fim de inserir os jovens negros das periferias no mercado de trabalho e conter os assassinatos na capital.

Entre 2017 e 2018, houve um grupo de trabalho parecido com esse organizado pelas vereadoras. Na época, a ação estava sendo comandada pela então vereadora Áurea Carolina (PSOL) e resultou em um relatório de 46 páginas. O mesmo continha informações sobre os temas discutidos.
 
 
Os conhecimentos adquiridos serão ponto de partida na continuidade da comissão especial, aprovada pela Câmara.

Segundo a vereadora Iza Lourenço (PSOL), que defende o retorno do projeto para a agenda do legislativo municipal, o relatório anterior revelou que BH é a oitava cidade do país com mais mortes de jovens negros e pobres. Ela disse que esse dado reforça a urgência da situação e da formação de um plano municipal para combater esses homicídios, na área de segurança pública e nas demais.

“Adolescentes negros são até cinco vezes mais vítimas de homicídio do que os não negros. Com isso em mente, queremos dar continuidade ao trabalho que já foi desenvolvido, compreendendo que a violência é um fenômeno multifacetado e reflete a falta de acesso a direitos básicos como educação de qualidade, cultura, saúde, trabalho. A Câmara de Belo Horizonte precisa dar respostas a essa realidade que é motivada por um racismo estrutural que nos mata, ao mesmo tempo, de forma simbólica e física”, ressaltou Iza.
 
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  


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