O programa de rádio Conversa com o prefeito foi transmitido pelas redes sociais, e a fala do prefeito repercutiu negativamente. Luiz Antônio da Silva afirmou que Bolsonaro não tem sentimento, como um autista. A comparação revoltou moradores e pais de autistas que se manifestaram. O fato também foi publicado em um jornal local, que recebeu vídeos de especialistas de outras cidades repudiando o comentário do prefeito.
O apresentador de TV Marcos Mion, que tem um filho autista, foi um dos que se manifestaram sobre o tema nas redes sociais. "Autismo não é adjetivo. Parem de usar o termo autista para justificar ou explicar comportamentos de forma pejorativa", afirmou.
Quem também se pronunciou foi Selma Sueli Silva. Ela é jornalista, especialista em comunicação e gestão empresarial, e tem uma filha, de 24 anos, também jornalista e mestranda na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mãe e filha são autistas.
“Os autistas têm sentimento. Os autistas sofrem. Eles aprendem. Os autistas têm um cérebro diferente. O cérebro neurodivergente. Então prefeito, o senhor teve uma fala equivocada. Acompanhe o nosso canal – Mundo Autista – Afinal, é preciso conhecer para entender”, diz.
Diante da repercussão do caso, Luiz Antônio da Silva conversou com o Estado de Minas. Ele alega ter sido mal-interpretado.
“Se a gente aprofundar a questão do autismo, tirar um traço do autismo para compreender o que o Bolsonaro pensa. Ele tem um 'automundo'. E quando tem um espectro grave do autismo, não é leve nem médio, é grave, você de fato se preocupa com o seu mundo. E foi nesse sentido, de que o Bolsonaro pudesse ter traços de só pensar no mundo dele. Para você ter uma ideia, ele não está preocupado com Manaus, e sim apenas com o mundo dele”, disse o prefeito.
Residências terapêuticas
Luiz Antônio da Silva relacionou os trabalhos feitos por ele em apoio às pessoas com necessidades especiais.
“Fechei um hospital psiquiátrico e implantei o serviço de apoio a pessoas com problemas psíquicos com oito residências terapêuticas, que na época, acolhiam quase 60 pessoas. Hoje estamos com 32 moradores, que são acolhidos em quatro residências terapêuticas", conta.
O prefeito prossegue: "Temos também o Centro de Atenção Psicossocial (CAPSP), em que o município fez um chamamento público, contratou uma organização social para fazer o gerenciamento do local. A minha gestão também deu uma nova sede para o Centro de Convivência, que acolhe esses pacientes de saúde mental”.
Além disso, o prefeito relembrou o I Seminário Municipal de Educação Inclusiva. “Promovi o encontro com o objetivo de planejar, implementar e executar ações e políticas de garantia e defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Então, não tem uma gestão que se preocupe mais com o próximo que a de Alfenas”