Algumas semanas após darem início à vacinação contra a COVID-19, vários municípios podem ter que suspender a imunização, a partir desta semana, devido à falta de reposição das doses da vacina. Diante disso, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou, nesta terça-feira (16/2), uma nota em que, entre outras coisas, pede a saída do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, do cargo.
No texto, a entidade manifesta sua indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde e afirma que prefeitos de várias partes do país vão precisar suspender a vacinação “em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.”
A confederação ressalta que foram várias as tentativas de diálogo com o Ministério, mas, segundo a nota: “A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo.”
Ainda de acordo com a entidade, o ministério não fez o planejamento necessário para a aquisição das vacinas. “Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios”, diz um trecho da nota.
Reunião com governantes
Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) solicitou uma reunião entre o Ministro da Saúde e mais de 130 governantes de médias e grandes cidades do país.
O ministro deve se encontrar nesta quarta-feira (17/02) com os governadores para discutir o cronograma de entrega de vacinas contra a COVID-19. O encontro foi divulgado no Twitter pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Os governadores devem cobrar, ainda, rapidez de Pazuello na aquisição de novas remessas.
Veja a nota da CNM na íntegra:
“O movimento municipalista, por meio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), vem a público, em nome dos gestores locais que assistem e vivem desesperadamente a angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas contra a COVID-19, manifestar sua indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde e solicitar a troca de comando da pasta.
A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes do país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.
Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo.
Seu comando não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas. Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do País.
Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros.”
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira