O vereador de Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, Roger Viegas (Republicanos) denunciou ao Ministério Público supostos “fura-filas” na vacinação contra a COVID-19. Os casos teriam ocorrido, principalmente, em hospitais particulares da cidade. Em um dos relatos, ao qual a reportagem teve acesso, aparecem os nomes de dois médicos, sendo um pediatra e uma gastroenterologista.
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Zema diz que aguarda envio de doses para ampliar vacinação em MGAvanço na vacinação eleva para 589 os 'fura-filas' investigados em MGOuvidoria-Geral de MG investiga 314 denúncias de fura-filas de vacinasUma semana após escândalo na vacinação, SES-MG muda comando da comunicaçãoPazuello garante 230 milhões de doses de vacina para governadoresOs dois, segundo a denúncia, teriam sido vacinados ainda na primeira remessa direcionada a profissionais da saúde da linha de frente. Entretanto, eles não integrariam o grupo prioritário por não atuarem no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e por não serem plantonistas.
“Peça a lista dos médicos vacinados e veja se todos estão na linha de frente ou se dão plantão no hospital. Furaram fila e isso é sério, pois essas doses que vieram não vão dar nem para os profissionais que estão na linha de frente”, consta em uma das denúncias, segundo o vereador, feita por uma pessoa que trabalha em um dos hospitais.
As denúncias feitas ao parlamentar também apontam para familiares de médicos. Em uma delas, também feita por um trabalhador, ele relata: “Pois é, trabalho lá e é um hospital de acionistas. E os médicos estão levando a família para vacinar”.
''Provas robustas''
A cópia das mensagens não foi anexada no ofício encaminhado à promotoria. “Expliquei que as pessoas estão nos procurando e que, pelo teor, elas temem perder o emprego e não gostariam que fossem identificadas. Por isso, não coloquei as mensagens. Elas não me permitiram nem citar os nomes. Pedi que o Ministério Público investigue isso”, afirmou.
Ao fazer a denúncia na reunião da câmara, embora não tenha enviado ao Ministério Público, Viegas disse que tem provas robustas dos “fura-filas”, dentre elas um vídeo. “Está havendo aqui em Divinópolis a farra da vacina, os fura filas. Tenho provas robustas sobre isso. Parente de médico em hospital aqui do Centro, entrando lá luxuosamente bem vestido para receber vacina (…) Eu sei que tem treta nisso e parece que a Secretaria de Saúde está concordando, está compactuando, com essa situação dos espertinhos, dos fura filas”, denunciou Viegas.
Ele ainda cobrou transparência da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). “Profissionais que trabalham na Policlínica, na linha de frente, no olho do furacão, não têm recebido a vacina, enquanto madame de luxo e esposa de médico estão recebendo”, afirmou.
Em nota, a prefeitura alegou que está “trabalhando com toda transparência”. “Toda vacinação está sendo muito rigorosa, todos precisam apresentar documentação e assinar para ser vacinado. Estamos acompanhando pela quantidade de vacinas que foram aplicadas com o total de vacina que temos”, informou. Ainda segundo o órgão, não houve nenhuma provocação do vereador e nenhuma notificação por parte do Ministério Público.
Vacinação
Desde o início da campanha de vacinação, 7.972 doses foram aplicadas em Divinópolis. Deste total, 5.261 pessoas receberam a primeira dose e 2.711 a segunda. Entre primeira e segunda, 6.981 doses foram aplicadas em profissionais de saúde; 507 foram aplicadas em idosos em instituições de longa permanência; 477 em quem tem 90 anos ou mais e sete em pessoas com deficiência institucionalizadas.
A partir desta quinta-feira (18/2) será iniciada a vacinação dos profissionais fora da linha de frente. O grupo prioritário ampliado também inclui outros prestadores de serviço ligados a instituições de saúde, como recepcionistas, cozinheiras, seguranças, dentre outros. Eles serão imunizados com as doses da terceira remessa. Foram reservadas 1,3 mil doses para atender esse público.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
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- Problemas gástricos
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Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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