O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso após divulgar vídeo com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a falar sobre a Suprema Corte. "Vou mostrar ao Brasil quem é o STF. Vocês vão saber a verdade", disse o parlamentar a apoiadores de dentro do Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) em Niterói. O vídeo foi publicado pelo vereador da cidade Douglas Gomes (PTC).
Silveira foi encaminhado ao batalhão após determinação do juiz Aírton Vieira em audiência de custódia, na tarde desta quinta-feira (18/2). Nas imagens divulgadas pelo vereador, é possível ver que o parlamentar está circulando no batalhão.
O deputado foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após divulgar vídeo ofendendo os ministros da Corte e dizendo que os imaginava sendo agredidos na rua. A prisão, referendada por unanimidade no plenário da Corte, foi no âmbito do inquérito das fake news, que apura informações falsas e ofensas a ministros do STF. Ela será apreciada pela Câmara dos Deputados na próxima sexta-feira (19/2), quando poderão confirmar a prisão ou derubá-la.
Audiência
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Vídeo
No vídeo que foi o estopim da situação, gerando a sua prisão, Silveira diz que o ministro Edson Fachin tem cara de "filha da p***" e "vagabundo". "Várias e várias vezes já te imaginei levando uma surra, quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte…", afirmou. Em outro momento, ele chamou Alexandre de Moraes de “cretino”.
A gravação divulgada por Silveira foi fomentada por declarações do ministro Fachin, que disse ser “intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário”. Ele disse isso depois que foi divulgado trecho do livro General Villas Bôas: conversa com o comandante, escrito pelo pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Celso Castro.
Nele, o general afirmou que tuítes de 2018, feitos em seu perfil no Twitter no dia em que o Supremo analisou o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, foram discutidos com a cúpula do Exército e com integrantes do Alto Comando residentes em Brasília. Segundo ele, o texto divulgado no Twitter foi "um alerta, muito antes que uma ameaça".