O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou nesta segunda-feira (22/2) o “tecnototalitarismo” e as medidas de lockdown adotadas durante a pandemia do novo coronavírus. As declarações foram feitas no 46º encontro anual do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
Durante o evento, Ernesto Araújo fez uma série de críticas, entre elas, sobre os lockdowns adotados por diversos países na intenção de conter o avanço da COVID-19. “Sociedades inteiras estão se habituando à ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde”.
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Pacheco articula por vacinas de Pfizer e Janssen; governo não quer riscos'Intervencionismo desnecessário', diz Doria sobre ações de BolsonaroJulgamento sobre depoimento de Bolsonaro está na pauta da semana no STF' Leis anticorrupção engessam trabalho de prefeitos", diz BolsonaroEnersto Araújo ainda deu conotação ideológica a seu discurso: “A maré crescente de controle da internet por diferentes atores, movidos por objetivos econômicos ou ideológicos, precisa ser detida”.
Tempo para propaganda
A ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, por sua vez, ressaltou, em discurso, as atitudes do governo federal no enfrentamento da COVID-19 e usou seu tempo de fala para fazer “propaganda” de programas do governo. Entre eles, o Abrace Marajó, que visa o desenvolvimento sustentável da Amazônia e que tem “ênfase na proteção da floresta e, principalmente, de quem vive nela”.
Damares também ressaltou que a defesa de direitos da mulher, dos jovens e principalmente dos idosos é uma prioridade do governo brasileiro. E comentou a operação policial deflagrada no ano passado que apurou mais de 13 mil denúncias contra idosos em todo o país.
Outro exemplo de prioridade citado pela ministra foi o plano de vacinação contra a COVID-19, apesar dos problemas de compra e distribuição das vacinas no Brasil.
Dois brasileiros
Foi a primeira vez que o país se apresentou ao conselho com dois oradores, de acordo com a própria ONU.
De acordo com a organização, fica a critério do país decidir se irá dividir o tempo de discurso (cerca de 7 minutos) entre um ou dois oradores.
O Itamaraty informou ao Correio que "a indicação de ambas as autoridades ministeriais para o evento decorre da pertinência temática e da relevância dos temas discutidos no CDH para ambas as pastas governamentais".
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro