Fernando Haddad (PT) encerrou nesta quinta-feira (25/02) uma passagem de dois dias por Minas Gerais em busca de diálogo com forças políticas que, segundo ele, são alternativas ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Haddad, candidato derrotado por Bolsonaro nas eleições gerais de 2018 e cotado para disputar o posto novamente no pleito de 2022, “peregrinou” no estado com a alta cúpula do partido. E a principal parada foi na Prefeitura de Belo Horizonte, em reunião com Alexandre Kalil (PSD), chefe do Executivo da capital mineira.
Haddad, candidato derrotado por Bolsonaro nas eleições gerais de 2018 e cotado para disputar o posto novamente no pleito de 2022, “peregrinou” no estado com a alta cúpula do partido. E a principal parada foi na Prefeitura de Belo Horizonte, em reunião com Alexandre Kalil (PSD), chefe do Executivo da capital mineira.
“Estamos iniciando por Minas um périplo pelo Brasil para discutir ideias para tirar o país da crise. O país está em crise sanitária, econômica. É muito sério. Kalil é uma voz importante no estado de Minas, portanto vamos visitar, em todos os estados, as lideranças que, de certa maneira, expressam desconforto com o que está acontecendo. Entregamos em mãos um livro impresso do nosso plano de reconstrução e transformação do Brasil, documento elaborado por mais de 500 especialistas ao longo de quase seis meses de trabalho, com várias ideias sobre todos os assuntos, da educação ao meio ambiente, da economia a relações exteriores. Tudo está como uma contribuição do PT para os partidos que, de certa maneira, se colocam como alternativa ao governo federal atual”, disse Haddad, em entrevista coletiva na prefeitura da capital mineira.
Além de Kalil, entre essa quarta-feira (24/02) e esta quinta, Haddad se reuniu com Marília Campos (PT), prefeita de Contagem, Agostinho Patrus (PV), deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e Margarida Salomão (PT), prefeita de Juiz de Fora. Segundo Gleisi Hoffmann (PT-PR), deputada federal e presidente nacional do partido, a próxima parada da “caravana” de Haddad deve ser no Rio de Janeiro.
“O PT vai organizar esse tipo de viagem para todos os estados com esse objetivo, de debater esse programa, esse projeto, e a gente conseguir encontrar soluções para 2021 com aqueles que querem que o Brasil não seja destruído. O que estamos vendo é uma ação de desestruturação do estado brasileiro, seja um ataque ao orçamento, na área social, seja um ataque às empresas públicas, seja à questão financeira (...) Possivelmente, a próxima agenda do Haddad seja já no Rio de Janeiro, também pretendemos nos encontrar com várias lideranças lá para que possamos fazer esse movimento de proteção ao Brasil”.
Haddad, que foi ministro da Educação entre 2005 e 2012 e prefeito de São Paulo, de 2013 a 2016, leva um saldo positivo da passagem por Minas. “Foi extraordinário. Toda vez que eu venho aqui eu como bem e converso com gente muito boa. (Politicamente) muito bom”, afirmou.
Pauta foi 2021, afirmou Haddad
Apesar da aproximação das eleições gerais de 2022 e da possibilidade das candidaturas de Haddad à presidência e de Kalil ao governo de Minas, o petista garantiu que o tom da conversa foi sobre pautas atuais. O petista espera que a conversa possa render “muitos frutos” ao país.
“A pauta foi 2021. A pauta, na verdade, foi desta semana. Discutir o que está sendo endereçado esta semana pelo Congresso. Entregamos esse documento, ele nos recebeu magnificamente bem, conversamos sobre situação da prefeitura, do estado, nacional, foi uma visita de cortesia, apreço mútuo, nos recebeu com muita elegância, e espero que essa conversa renda muitos frutos para o país”, disse Haddad.
‘Não tenho rótulo’, diz Kalil
Ao abordar a reunião, Kalil negou que as eleições de 2022 tenham sido tema do encontro. O prefeito de BH também disse não ter “rótulo” e lembrou outras visitas que recebeu desde 2017, quando assumiu o cargo no Executivo. Somente neste ano, por exemplo, ele participou de reuniões com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado Federal, e com o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, ambos ainda quando estavam em campanha.
“Não adianta quererem me rotular. Recebo aqui quem quiser vir, será muito bem-vindo. Essa prefeitura esteve aberta duas vezes para o Bolsonaro, (Carlos) Lupi, Marina (Silva), para todos. Não adianta querer me rotular, é uma deferência que vieram aqui fazer para tratar de temas nacionais importantes. Hoje temos PEC, importante, tanto no Senado com a vacina, que é uma coisa importante. Foi uma conversa gentil, não se tratou de 2022, porque isso não é hora, e todos aqui já sabem e me conhecem. Eu não tenho rótulo, e não adianta me rotular”, afirmou Kalil.