O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disparou contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante coletiva no Palácio Piratini, nesta segunda-feira (1º/3). O chefe do Executivo gaúcho se posicionou um dia depois de o presidente listar os recursos repassados aos 26 estados e ao Distrito Federal para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
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Segundo o Portal da Transparência, o Rio Grande do Sul recebeu R$ 40,9 bilhões, sendo R$ 12,2 bilhões direcionados ao Auxílio Emergencial.
Segundo o Portal da Transparência, o Rio Grande do Sul recebeu R$ 40,9 bilhões, sendo R$ 12,2 bilhões direcionados ao Auxílio Emergencial.
Eduardo Leite entende que Bolsonaro não tem feito esforço para poupar vidas no Brasil: “É difícil entender a mente do presidente. Mais ainda entender seu coração. São atitudes de desprezo pela vida. Isso choca. Aliás, está nos mandamentos: não matarás. Não adianta evocar Deus, colocar acima de todos, porque Deus coloca a vida em primeiro lugar”.
"Nosso apelo ao presidente da República, à sua equipe e a seus militantes, que fazem ataques de forma coordenada para confundir a população: poupem a energia de quem está governando para defender a população de ficar tendo que rebater as mentiras que são propagadas", completou o governador gaúcho.
No Twitter, o governador discordou dos valores repassados ao Rio Grande do Sul. "O presidente da República mistura, sem explicar, todos os repasses federais (até os obrigatórios pela Constituição Federal) e fala que mandou R$ 40 bilhões para o RS. Se a lógica é essa, fica a dúvida: como o RS mandou para Brasília R$ 70 bilhões em impostos federais, cadê os nossos outros R$ 30 bilhões que enviamos?".
Carta
Eduardo Leite foi um dos 19 chefes de Estado que assinaram carta contestando o presidente da República em relação à postagem no fim de semana. O governador mineiro, Romeu Zema, não assinou o documento.
Segundo os governadores, os recursos efetivamente repassados à saúde não condizem com o total publicado pelo presidente.
Segundo os governadores, os recursos efetivamente repassados à saúde não condizem com o total publicado pelo presidente.
“Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população”, diz a carta.
O documento foi assinado por governadores como João Doria (PSDB-SP), Cláudio Castro (PSC-RJ), Rui Costa (PT-BA), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Camilo Santana (PT-CE) e outros.