Como se tornou rotineiro em suas transmissões ao vivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu ênfase à crise econômica vivida pelo Brasil nesta quinta-feira (04/03) e criticou o fechamento adotado por vários estados na tentativa de conter o avanço do coronavírus. Na visão do presidente, fechar as atividades comerciais será prejudicial para o país no futuro.
Para defender sua ideia, o presidente exibiu uma nota assinada pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal que critica o lockdown e diz que a medida causa o aumento da incidência de transtornos mentais e agravamento das demais doenças crônicas.
“O Conselho Regional de Medicina do DF é contra o lockdown. Então, o pessoal gosta de falar em ciência. Está aqui, o Conselho Regional de Medicina do DF dizendo que é contra e tem uma série de motivos. Há uma nota pública, que diz que tal medida já se mostrou ineficaz, atentatória contra os direitos fundamentais da carta magna e condenada até pela própria OMS, nas palavras do doutor David Nabarro”, lê o presidente, que esteve na transmissão desta quinta-feira ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
“Sabemos da gravidade do vírus, mas o efeito colateral de fechar tudo é mais danoso que o vírus”, comentou em seguida.
Bolsonaro também citou uma reportagem de um site nacional, que afirma que o secretário de Estado de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, é contrário ao fechamento. “O lockdown não salva vidas e faz os pobres ficarem mais pobres, diz o secretário. Eu não sou médico. Com lockdown, as pessoas vão morrer de fome”, comentou o presidente.
Na realidade, a declaração de Gorinchteyn foi distorcida por Bolsonaro. O secretário quis dizer que é contra o fechamento do estado ao menos enquanto não houver um auxílio emergencial para a população.