O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) divulgou nesta quinta-feira, 4, ter apresentado as alegações finais no processo em que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) é acusada de ser a mandante do homicídio de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niterói (Região Metropolitana do Rio). O MP-RJ pede à Justiça que submeta Flordelis e outros oito réus a júri popular. A 3ª Vara Criminal de Niterói vai decidir se determina o júri ou toma outra providência.
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MP-RJ pede que Flordelis seja submetida a júri popular pela morte do maridoLira diz que pretende provocar STF após Justiça do Rio afastar Flordelis do cargoFlordelis sofre overdose por 'excesso de medicação' e está internada em UTINa manifestação final do MP-RJ, o promotor de Justiça Carlos Gustavo Coelho de Andrade, titular da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói - Tribunal do Júri, pediu que Flordelis, Simone, Marzy e André Luiz sejam julgadas pelo Tribunal do Júri também pela tentativa de homicídio da vítima por envenenamento, conduta supostamente praticada entre maio de 2018 e junho de 2019.
Pediu, também, que Flordelis e seus filhos Adriano dos Santos Rodrigues e Flávio dos Santos Rodrigues, além de Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia, sejam levados a júri popular em razão de crimes de uso de documento falso. Por fim, pediu que Flordelis, Simone, Marzy, André, Rayane, Flávio, Adriano, Marcos e Andrea respondam por associação criminosa armada.
Na manifestação, o MP-RJ requereu ainda que dois réus não sejam levados a júri por dois crimes: Lucas pela acusação de associação criminosa e Carlos Ubiraci por participação no homicídio.
Nas alegações finais, o promotor relata a complexidade do caso, que envolveu 11 réus acusados de tentativa de homicídio, homicídio, associação criminosa e uso de documento falso. Segundo a denúncia, Flordelis foi responsável por arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime e simular um latrocínio (roubo seguido de morte). A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia.
O motivo do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.
As condutas dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas, como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídios anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e na bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações.
A reportagem tentou ouvir representantes da deputada federal a respeito da manifestação do MP-RJ, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.