O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a espalhar desinformação sobre a vacina contra o coronavírus. Disse que, por ter se contaminado, estaria mais imunizado que alguém que tomou o medicamento.
Na verdade, pesquisas mostram que quem se infectou pode ficar livre da doença por alguns meses. Mas os anticorpos desenvolvidos diminuem até que o paciente esteja novamente vulnerável. A vacina, a máscara e o isolamento social são os meios mais seguros de se proteger contra o vírus.
Apesar disso, Jair Bolsonaro cogitou, pela primeira vez, indiretamente, a possibilidade de fazer uso do imunizante.
Em janeiro, o Palácio do Planalto decretou sigilo sobre o cartão de vacina do presidente. O chefe do Executivo foi filmado falando com apoiadores na noite dessa sexta-feira (5/3). "Eu, por exemplo, tem alguns me perturbando, 'tome vacina'. O que é a vacina? Não é o vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Estou imunizado. Deixa outro tomar vacina no meu lugar", disse.
"Lá na frente, depois que todo mundo tomar, seu eu resolver tomar, porque, no que depender de mim, é voluntário, não podemos obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei", assumiu.
Por diversas vezes, o presidente desdenhou da vacinação contra o coronavírus, e chegou a comemorar quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente os testes. A fala de Bolsonaro mostra uma mudança de postura.
"Estamos disponibilizando vacina para todo mundo no Brasil. Gratuita e voluntária. Alguns governadores votaram uma emenda via parlamentares, para os estados comprarem vacina. Mas quem vai pagar a conta? Eu, não. Se quiserem comprar, podem comprar, mas a vacina vem para o Plano Nacional de Imunização", avisou o presidente.