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Estado de Minas COVID-19

Eduardo Bolsonaro vai a Israel conhecer spray nasal contra COVID-19

Deputado faz parte de comitiva que inclui o ministro Ernesto Araújo e o deputado Hélio Lopes, amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro


06/03/2021 16:49 - atualizado 06/03/2021 18:16

Eduardo Bolsonaro acompanhou a delegação brasileira rumo a Israel(foto: Evaristo Sá/AFP)
Eduardo Bolsonaro acompanhou a delegação brasileira rumo a Israel (foto: Evaristo Sá/AFP)
 
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que o spray nasal contra o coronavírus desenvolvido em Israel teve sucesso nos primeiros testes clínicos. Nova aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o controle da doença, o medicamento não tem eficácia científica comprovada, a exemplo do uso da hidroxicloroquina, ivermectina e da azitromicina, que também tem sido insistentemente defendido pelo chefe de Estado.
 
“O spray nasal EXO-CD24 desenvolvido em Israel obteve quase 100% de sucesso nos primeiros testes”, afirmou Eduardo Bolsonaro. “Que Deus nos abençoe”, acrescentou.

Neste sábado (6/3), uma comitiva brasileira foi a Israel viajou para Israel para acompanhar os testes e pesquisas científicas sobre o spray. A delegação vai tentar trazer para o Brasil as fases 2 e 3 dos testes clínicos. Jair Bolsonaro acompanhou a saída da equipe da base aérea de Brasília.
 
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chefia a delegação, que conta com o próprio Eduardo Bolsonaro e secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcelo Moraes. 
 
 
O spray foi testado inicialmente em apenas 30 pessoas. Os pesquisadores informaram que os pacientes tinham entre 18 e 85 anos, mas não deixaram claro a idade dos participantes do experimento. 

"O que é esse spray? Não sei. Mas o que acontece? Esse produto, há 10 anos, estava sendo investigado, estava sendo estudado lá em Israel para outro tipo de vírus. E usou isso daí em 30. Em 29 deu certo. O último demorou um pouco mais, mas também segurou. Parece que é um produto milagroso, parece. Nós vamos atrás disso", disse o presidente, na terça-feira (2/3).

Defensor do spray e contrário ao isolamento domiciliar, Bolsonaro vive pressão no momento em que o Brasil vive segunda onda de pandemia, com recorde de mortos na quarta-feira (3/3) – 1.910 óbitos em um único dia. Em contrapartida, os estados esperam novas doses de vacina do governo federal para imunizar a população e reduzir a ocupação de UTIs nos hospitais. No começo da semana, 20 estados chegaram a ter 80% das vagas usadas por pacientes. 
 
 

Infectologista contesta spay 

 

Integrante do comitê da prefeitura de Belo Horizonte no enfrentamento ao coronavírus, o infectologista Carlos Starling disse nesta sexta-feira (5/3) que o spray nasal defendido por Bolsonaro não eficácia alguma e defendeu que somente os imunizantes podem reduzir as mortes por COVID-19.

 

 “Temos a vacina. Não temos em número suficiente. Temos que investir nisso. Investir em qualquer outra coisa, (como) spray nasal, não tem o menor cabimento. (São) tratamentos que não têm sentido. Precisamos de vacina urgentemente”, disse o médico mineiro.



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