Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Mesmo com chicana jurídica, contra fatos não há argumentos, diz Mourão sobre Lula

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (9) que a "chicana jurídica" não muda os fatos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seus direitos políticos restaurados ontem, depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara de Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato. Para Mourão, "independente da chicana jurídica que seja feita, a realidade é a seguinte: contra fatos, não há argumentos".

"A imensa maioria do povo brasileiro é constituída de homens e mulheres de bem, igual vocês jornalistas, que acordam de manhã cedo para trabalhar o dia inteiro, que se espremem em ônibus apertado, em trens lotados, muitos vendendo o almoço para poder comprar o jantar, outros com salários que não são compatíveis com a dignidade da vida, mas todos, sem exceção, procuram se basear em princípios da ética, da moral, dos bons costumes e respeito à integridade, honestidade e probidade", disse o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto nesta manhã.

Mourão avaliou ser cedo para analisar os impactos da decisão de Fachin. "Tem muita espuma nesse chope, precisa ser decantado isso. Tem muita gente fazendo análise prospectiva por mera extrapolação de tendência. Não se faz isso. Tem que esperar todas as consequências e decorrências. Então tem muita coisa pra rolar", completou. Mourão afirmou também desconhecer se a decisão surpreendeu membros do governo ou o próprio presidente, Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira pela manhã, antes da decisão de Fachin, Mourão havia classificado como "só especulação" o favoritismo de Lula para eventual disputa em 2022, segundo apontou levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e publicado com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, enquanto 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Já o presidente Jair Bolsonaro registrou no levantamento 38% de votos potenciais - 12 pontos porcentuais a menos que Lula - e 56% de rejeição - 12 pontos porcentuais a mais que Lula.



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