O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pautou para esta terça-feira (09/03) a análise do recurso pedido pela defesa de Lula sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro em julgamentos da Operação Lava Jato. O plenário da 2ª Turma da Corte vai decidir se o pedido ainda é relevante, em divergência com a declaração de Fachin como “perda do objeto”.
Nessa segunda-feira (8/3), o ministro Luiz Edson Fachin, do STF, anulou as condenações dadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em processos relacionados à Operação Lava-Jato. O juiz alega que a Justiça Federal do Paraná, responsável pelas sentenças, não tem competência para deliberar sobre as investigações do sítio de Atibaia, do triplex do Guarujá (SP) e das doações ao Instituto Lula.
Na decisão dessa segunda, o pedido de suspeição de Moro, solicitada pela defesa do petista em um habeas corpus, foi considerado como "perda do objeto" e anulado por Fachin. No entanto, Gilmar Mendes e os outros ministros vão analisar nesta terça-feira (9/3) se mantém o pedido e analisam a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro.
Caso ele seja condenado, todas as provas colhidas nos processos contra o ex-presidente que tramitaram na 13ª Vara Federal de Curitiba ficariam anuladas e qualquer investigação contra Lula teria que recomeçar do zero. A decisão pode ter efeito também em outros processos da Lava Jato que Moro julgou na época, sendo possível que parte considerável da operação seja derrubada.
Dos ministros, já votaram contra a suspeição de Moro os ministros Carmen Lucia e Edson Fachin. Agora a decisão fica para Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, que é novo na Segunda Turma.