A Corregedoria da Justiça do Distrito Federal vai investigar dados referentes à compra de uma mansão de quase R$ 6 milhões pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Além do parlamentar, sua mulher, Fernanda Antunes Bolsonaro, não esclareceu na escritura informações com os documentos e a renda mensal do casal.
A informação divulgada pelo jornal "Estado de São Paulo" aponta que a cópia da escritura, entregue pelo 4º Ofício de Notas do Distrito Federal, recebeu tarjas pretas em 18 trechos, que contêm informações como documento de identidade, CPF, CNPJ e renda dos compradores.
De acordo com o "Estado de S. Paulo", o tabelião Allan Guerra Nunes, responsável pelo cartório, alegou que não houve tratamento privilegiado. Segundo ele, as informações foram omitidas com base na Lei 105/2001, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras.
Na compra, Flávio Bolsonaro se dispôs a pagar R$ 2,8 milhões com recursos próprios e financiou os R$ 3,1 milhões restantes pelo Banco de Brasília (BRB) a uma taxa de juros nominal de 3,65% ao ano e efetiva de 3,71% ao ano.
O parlamentar precisou gastar R$ 181 mil à vista para quitar impostos e outras taxas referentes ao imóvel, que fica em área nobre de Brasília. A casa tem 1,1 mil m² de área, com quatro suítes, academia, piscina e spa.
Em 2018, quando se candidatou ao Senado, ele declarou ter um total de bens de R$ 1,74 milhão, incluindo um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio, carro e uma franquia da empresa Kopenhagen, que produz chocolates.
Em vídeo divulgado por sua assessoria, Flávio se diz inocente no processo de compra do imóvel: "Tudo registrado em escritura pública. Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação".