Brasília – Um dia depois de o Fórum Nacional de Governadores pedir explicações ao Ministério da Saúde sobre a redução do número de doses de vacinas para combater o novo coronavírus previstas para março, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cobraram do ministro Eduardo Pazuello que em 24 horas informe sobre o cronograma de vacinação apresentado por ele aos senadores em sessão temática na Casa no mês passado. O titular da Saúde disse aos parlamentares que responderá às informações dentro do prazo pedido.
A previsão era de que o ministério distribuísse neste mês – só da vacina Oxford-AstraZeneca, produzida na Fiocruz – 16,9 milhões de doses. Mas a quantidade caiu para 3,8 milhões. Na terça-feira, depois de uma reunião na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, com governadores, o ministro da Saúde atribuiu o atraso a uma falha técnica em uma máquina de lacre da embalagem da vacina.
Em ofício enviado a Pazuello, Lira e Pacheco fizeram quatro perguntas ao ministro. Eles querem saber se o cronograma foi alterado e, em caso afirmativo, quais foram as razões para isso e quais os principais obstáculos enfrentados no momento para que o cronograma vigente seja cumprido. Os parlamentares também querem saber se o ministério tem informações a respeito do cronograma de produção nacional de vacinas pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan. “Considerando a urgência que nos impõe a pandemia ocasionada pela disseminação do vírus Sars-CoV-2 e a crescente taxa de óbitos por dia em decorrência da COVID-19, solicitamos a presteza de V. Exa. no sentido de encaminhar as informações acima requeridas no prazo de 24 horas, a fim de que as Casas do Congresso Nacional possam adotar as providências cabíveis no combate à pandemia”, diz o ofício.
Sobre a aquisição de insumo farmacêutico ativo (IFA), os parlamentares querem saber há calendário para sua aquisição por parte do governo federal, de outros países, e se há o risco de falta dessa matéria-prima, além dos maiores entraves para que a pasta faça a aquisição e importação do produto. Sobre a produção da Fiocruz, os parlamentares perguntam: “Quais seriam as datas para o envio de vacinas, pelas referidas instituições, ao governo federal?”. E ainda: “Há risco de falta dos referidos insumos? Quais os maiores entraves que o Ministério tem visualizado para a sua aquisição e importação?”.
CHINA
O presidente da Câmara dos Deputados reconheceu a importância da parceria comercial entre Brasil e China e pediu ajuda ao governo chinês para a superação da pandemia de COVID.
Lira se reuniu com o embaixador chinês, Yang Wanming, por videoconferência ontem, e divulgou carta em que reafirma a parceria entre os dois países. Ele defendeu ainda a vacinação em massa da população brasileira e o acesso a todos os imunizantes com eficácia comprovada produzidos no mundo.
“Eu me dirijo ao governo chinês neste momento de grande angústia para nós brasileiros, para que nossos parceiros chineses tenham um olhar amigo, humano, solidário e nos ajudem a superar a pandemia, oferecendo os insumos, as vacinas, todo o apoio que este grande parceiro da China precisa neste grave momento”, disse o presidente.
No documento, Lira fez um apelo ao governo chinês para que ajude o governo brasileiro a salvar vidas e defendeu diálogo para o reforço dos laços entre os dois países. Este é mais um esforço do Parlamento brasileiro para minimizar possíveis atritos diplomáticos entre Brasil e China.
“Faço esse apelo para que salvemos vidas de brasileiros – brasileiros que alimentam e salvam vidas de chineses com nossa produção agrícola. É com compreensão, diálogo e respeito, solidariedade mútua, que iremos reforçar cada vez mais nossos laços”, afirmou Lira.
“Em nome da Câmara, eu reafirmo este apelo, e que nós encontremos bilateralmente uma solução mais rápida para dar essa resposta ao povo brasileiro”, destacou Arthur Lira.