Presidente da ALMG sobre 'fura-filas' na Saúde estadual: 'trem da alegria'
%u2014 Estado de Minas (@em_com) March 10, 2021
Vídeo: Reprodução/TV ALMG
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Os deputados pediram que Amaral entregasse a lista com os nomes dos cerca de 500 trabalhadores que já receberam a imunização. Ele alegou, contudo, que precisaria de autorização do departamento jurídico do governo. A postura irritou Patrus.
“Quando vossa excelência não entrega a lista, ou dificulta a sua entrega, cria, em todos os 77 deputados, a certeza de que deve ter coisa errada. Se não, já estaria aqui, na mão de cada um”, disparou o deputado.
Durante a sabatina, Amaral admitiu ter sido vacinado, mas disse que o ato foi pensado “para dar exemplo”.
Ele explicou os motivos que levaram à vacinação de servidores administrativos da Saúde estadual antes de idosos e profissionais de saúde na linha de frente do enfrentamento à doença.
O secretário garantiu que, assim como determina a priorização de grupos populacionais definida pelo Ministério da Saúde, trabalhadores em home office não receberam a vacina. (Veja o posicionamento da SES-MG ao fim deste texto).
Descontente com as explicações, parte dos deputados já articula a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso dos ‘fura-filas’.
Um grupo encabeçado por Ulysses Gomes (PT), João Vítor Xavier (Cidadania) e Cássio Soares (PSD) já conseguiu mais que as 26 assinaturas necessárias para levar o pedido à frente.
“Vamos cobrar um por um dos nomes. Não é possível que aquela senhora que não pode ver os netos continue assim e uma casta, que se acha privilegiada e se entende à frente dos demais, possa ser vacinada em um local escondido, sem comunicação à imprensa, até que a imprensa descubra o que aconteceu”, disse Agostinho Patrus, que, por ser presidente, tem a missão de analisar requerimentos de CPI.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também apura a aplicação irregular de vacinas nos servidores da Saúde – revelada pelo portal R7.
Clamor por lista de vacinados
O presidente do Legislativo estadual disse que os deputados estão decepcionados com os responsáveis pela Secretaria de Saúde. Ele pediu que Carlos Amaral providencie a lista com os servidores beneficiados pelas vacinas.
“Aqueles que devem vigiar a linha e tomar conta das galinhas são os primeiros a serem vacinados”, comparou.
As CPIs, como a que parte dos deputados estaduais de Minas deseja criar, são formadas para apurar denúncias de irregularidades. Uma comissão do tipo têm poderes de Justiça e, portanto, pode convocar suspeitos a prestar depoimentos, ouvir testemunhas e outras pessoas ligadas ao caso em questão.
Ao fim dos trabalhos, o grupo de parlamentares constrói um relatório com as conclusões obtidas ao longo do processo de investigação.
“Queremos a lista, sob pena de abrirmos uma CPI, uma investigação, e levarmos vossa excelência a responder, nesta Casa, por improbidade administrativa. O Parlamento mineiro e seus deputados não irão se contentar com essa conversinha de que há limites e sigilo. Qual o sigilo? O mesmo que estava sendo feito até a imprensa descobrir?”, indagou Patrus.
Na Assembleia estadual, as CPIs podem funcionar por 120 dias. Posteriormente, é possível prorrogar os trabalhos por mais 60 dias.
Secretaria de Saúde responde
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a COVID-19 enfatiza que são trabalhadores dos serviços de saúde todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais vinculados à Saúde. A orientação é válida também para trabalhadores de apoio que trabalham nesses locais.
A decisão foi tomada por deliberação entre os gestores municipais e estaduais por meio da Comissão Intergestores Bipartite do SUS MG – CIB, de 9 de fevereiro de 2021 que esclareceu que fazem parte dos grupos iniciais prioritários da vacinação os trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e órgãos estaduais de saúde que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público.
A SES informa ainda que a Secretaria é a responsável pela organização das políticas e estratégias de enfrentamento à COVID-19 em Minas Gerais e todos os seus funcionários, independentemente de vínculo e formação acadêmica, são trabalhadores da saúde.
Muitos deles vão a campo, visitam hospitais e fazem viagens relacionadas a políticas públicas na área de saúde, razão pela qual são grupos prioritários.
Só puderam se imunizar, nesse momento, os trabalhadores que:
- exerçam atividades na Rede de Frio Estadual, Centrais Regionais de Regulação Assistencial, Farmácias de Minas e Almoxarifado para garantir o funcionamento desses serviços;
- trabalhadores que estão ou necessitam (com justificativa) ir para o campo (investigação, inspeções sanitárias, vistorias e visitas técnicas), garantindo que as ações sejam executadas nos territórios, principalmente os municípios em situação crítica para a COVID-19;
- trabalhadores que precisam executar suas atividades presenciais para reduzir o risco de disseminação da doença e provocar, como consequência, um surto por COVID.
A SES-MG ainda esclarece que muitos de seus servidores vão a campo, visitam hospitais, fazem viagens relacionadas a políticas públicas na área de saúde, razão pela qual são grupos prioritários.
Esses trabalhadores, desde o início da pandemia, atuam junto às equipes municipais, no enfrentamento direto à COVID-19, trazendo informação qualificada para a tomada de decisão do governo estadual e para esclarecimento da sociedade, além de gerenciar insumos e equipamentos para garantir o atendimento da população.
Já foram imunizados cerca de 500 trabalhadores de saúde que trabalham nos seguintes locais: Almoxarifado, Rede de Frio e Cidade Administrativa.
Muitos deles vão a campo, visitam hospitais e fazem viagens relacionadas a políticas públicas na área de saúde, razão pela qual são grupos prioritários.
Esses trabalhadores, desde o início da pandemia, atuam junto às equipes municipais, no enfrentamento direto à COVID-19, trazendo informação qualificada para a tomada de decisão do governo estadual e para esclarecimento da sociedade, além de gerenciar insumos e equipamentos para garantir o atendimento da população.
Já foram imunizados cerca de 500 trabalhadores de saúde que trabalham nos seguintes locais: Almoxarifado, Rede de Frio e Cidade Administrativa.