A manifestação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as declarações do ex-presidente Lula nesta quarta-feira (10/03) veio rapidamente. Em entrevista à imprensa no fim da tarde, ele respondeu às duras críticas feitas pelo petista e afirmou que a situação do país estaria "terrível" caso Fernando Haddad (PT), seu concorrente em 2018, fosse o presidente.
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Essa afirmação também foi feita pouco antes, em um evento em que sancionou a lei para a compra de mais vacinas e ao sair do Palácio do Planalto, pela manhã. "A política de lockdown que começou no ano passado não era para salvar vidas. Era para dar tempo de os hospitais se equiparem", disse.
Sobre as críticas de um "desgoverno", feitas por Lula, Bolsonaro disse: "O governo federal fez sua parte até demais. Então não justifica essa crítica do ex-presidente Lula, que agora inicia uma campanha. E como não tem nada para mostrar de bom — e essa é uma regra do PT —, a campanha deles é baseada em criticar, mentir e desinformar", ironizou.
O presidente também atacou Lula, ao citar a delação premiada de Antonio Palocci, chefe da Casa Civil e e ministro da Fazenda no governos do petista. "Eu queria que ele apontasse algum ponto de corrupção no ministério da Economia, coisa que era muito comum no governo dele. Tanto é que trocou vários ministros. Um dos ministros, o Palocci, inclusive falou que levava dinheiro em caixa de sapato para ele em volumes que variavam em média a 50 mil. E o até mesmo o que foi devolvido por delatores, mais de 2 bilhões, comprova que era um governo voltado para corrupção", disse.
Crítica a governadores
Bolsonaro também voltou a criticar governadores pelo fechamento de comércios para tentar frear o avanço da COVID-19 no pior momento da pandemia. Ele afirmou que, caso Fernando Haddad fosse presidente, o Brasil estaria em lockdown total — medida apontada por especialistas como a mais eficiente contra o contágio.
"Que governo foi esse? Esse foi um governo cuja marca principal foi o desmando e corrupção, voltado para o populismo. Diferente do nosso governo. Enfrentamos uma pandemia, no final de 2019, o Brasil estava pronto para voar em 2020."
"A política adotada no Brasil, lamentavelmente, por parte da maioria dos governadores, é a política do lockdown, obrigando o cidadão a ficar em casa e perder o emprego. Eu estou muito preocupado porque essa política continua e tem uma adesão total por parte de governadores ligados ao Lula, ao PT. Isso leva o cidadão à miserabilidade imagine se o candidato dele fosse eleito presidente em 2018. O lockdown estaria colocado em todo o Brasil. Seria o caos", completou Bolsonaro.