O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, encara com naturalidade a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) oficializada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para investigar a vacinação em massa de servidores da pasta. Nesta quinta-feira (11/03), o pedido de deputados estaduais foi acolhido.
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SES garante que notificou dados de servidores vacinados ao governo federal'Fura-filas': Assembleia recebe lista dos 806 servidores da SES vacinadosALMG instaura CPI contra 'fura-filas' de vacinas na secretaria de SaúdeEx-secretário de Saúde de MG e sucessor devem depor na CPI dos 'fura-filas'“A CPI é um questionamento natural. Ela passa por avaliar o que está acontecendo, tirar todas as dúvidas. Nesse contexto, entendo que faz parte de um mecanismo normal que temos que passar, caso a Assembleia ache (pertinente)”, disse.
O secretário de Saúde afirmou que 806 pessoas, entre assessores, subsecretários e trabalhadores ligados ao transporte das vacinas, receberam a imunização contra a COVID-19.
Embora tenha projetado dias difíceis no combate ao novo coronavírus, Amaral assegurou que sua equipe vai dar as informações necessárias ao trabalho dos deputados.
“A secretaria está 100% engajada no acompanhamento e no atendimento da COVID e na operacionalização. Entendo que é um momento delicado – esses próximos 15 ou 20 dias –, haja vista que o país todo está passando por grande ocupação de leitos. Mas tenho certeza que minha equipe, como é muito qualificada, dará conta disso”.
Secretário não pensou em pedir para sair
A imunização em massa de funcionários da Saúde estadual foi antecipada pelo portal R7. O Ministério Público de Minas Gerais, assim como a Assembleia, apura o caso.
A situação ganhou força nessa quarta (10), quando Carlos Eduardo Amaral foi sabatinado por parlamentares estaduais. A postura do secretário irritou os deputados, que passaram a articular a criação da CPI.
Nesta quinta, ele se reuniu com o governador Romeu Zema (Novo). Mantido no cargo, Amaral garante que não pensou em pedir demissão.
“Isso não foi cogitado em momento algum até agora”, limitou-se a dizer.
Entenda como funcionam as CPIs
As CPIs são formadas para apurar denúncias de irregularidades. Uma comissão do tipo têm poderes de Justiça e, portanto, pode convocar suspeitos a prestar depoimentos, ouvir testemunhas e outras pessoas ligadas ao caso em questão.
Ao fim dos trabalhos, o grupo de parlamentares constrói um relatório com as conclusões obtidas ao longo do processo de investigação.
Na Assembleia de Minas, as CPIs podem funcionar por 120 dias. Posteriormente, é possível prorrogar os trabalhos por mais 60 dias.
Trinta e nove dos 77 integrantes do Parlamento Mineiro foram favoráveis à criação do grupo para tratar dos “fura-filas”.