Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Kalil rejeita associação ao PT: 'Não adianta querer me colocar uma estrela'

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), garantiu, nesta sexta-feira (12/3), não ter relações com o Partido dos Trabalhadores (PT). Nas redes sociais, internautas fazem circular, em tom de brincadeira, montagens em que Kalil aparece ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como componente de hipotética chapa presidencial para a eleição de 2022.



“É impressionante como tem gente que, no meio de tanta tragédia, brinca com coisa séria. Não tenho nenhuma ligação com o PT. Não adianta querer me colocar uma estrela no peito. Na minha primeira eleição, falei: ‘querem colocar uma estrela no meu peito’. Daqui a pouco, vão falar que tenho um escudo do Cruzeiro tatuado na coxa”, disse o prefeito, em tom enfático.

 A comparação com a “tatuagem do Cruzeiro” ocorre por conta da íntima relação de Kalil com o Atlético, histórico rival da equipe celeste. Ele foi presidente do Galo de 2009 a 2014 e, antes disso, compôs a diretoria alvinegra em diversas oportunidades.

Kalil tem se destacado por fazer oposição aos discursos negacionistas propagados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia do novo coronavírus. Nesta sexta, inclusive, o prefeito fez menção ao Supremo Tribunal Federal (STF), que em maio do ano passado deu autonomia a estados e municípios para definir ações de combate à COVID-19 por conta, justamente, da ausência de diretrizes nacionais sobre o tema.





Prefeito não aceita ‘embalagem’


Ao ser questionado sobre as relações com o PT, Kalil repetiu o tom adotado após o encontro com Fernando Haddad, no mês passado, em BH. À ocasião, ele disse recusar rótulos ideológicos. “Não me embalem, por favor. Não aceito embalagem”, reiterou, nesta sexta.

Haddad veio a Belo Horizonte para apresentar ao pessedista o Plano de Reconstrução Nacional desenvolvido pelo PT. “Se não conversamos entre nós, relevando as diferenças, para colocar, em primeiro lugar, o interesse nacional, não vamos ter país para governar em 2022, pois o desmonte é muito grande. Onde quer que eu vá, e estou começando por Minas, vou conversar com os petistas e o campo progressista — partidos que, historicamente, caminharam juntos. Mas também tenho que conversar com quem pensa um pouco diferente de mim, mas discorda do que Bolsonaro está fazendo”, explicou o ex-ministro da Educação, à época, ao Estado de Minas.

Kalil esteve com representantes do PDT


Também no mês passado, Kalil recebeu representantes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), cujo maior expoente atual é Ciro Gomes. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, não esconde a vontade de apoiar o prefeito de Belo Horizonte em eventual disputa pelo governo mineiro no próximo ano.



“A gente gosta de posições bem claras e definidas. Coloquei com clareza que nosso desejo é esse (apoiar a candidatura ao governo do estado) e ele agradeceu. Estamos lutando para ter uma aliança com o nome do Ciro, que é um principal porta-voz”, falou Lupi.

 

 

 

Prefeito contou com amplo cordão para se reeleger


No pleito do ano passado, que venceu em primeiro turno, Kalil teve ampla coalizão, com partidos de variadas correntes ideológicas, em torno de seu nome. A coligação puxada pelo PSD teve, ainda, PDT, MDB, DC,PV, PV, Rede e Avante.

 

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